Crises atuais na América do Sul: uma análise do Equador e da Guiana

Na última semana, o Equador enfrentou uma onda de violência causada pela fuga do líder de uma facção criminosa. Enquanto isso, a disputa territorial entre Venezuela e Guiana continua a afetar a região de Essequibo.

O Equador enfrenta uma crise de segurança, agravada pela fuga do líder criminoso conhecido como Fito. Isso gerou uma reação mais dura do governo, resultando em descontrole e violência por parte de grupos de narcotraficantes.

O presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou estado de “conflito armado interno” no país e considerou as facções criminosas como grupos terroristas. Com isso, as Forças Armadas estão autorizadas a realizar operações militares para neutralizar essas organizações.

A disputa territorial entre Venezuela e Guiana também traz consequências para a região. Essa disputa centenária pode afetar as fronteiras e relações comerciais com países vizinhos.

Em resposta à crise de segurança, o presidente equatoriano anunciou a deportação de prisioneiros estrangeiros como medida para reduzir a população carcerária.

A situação no Equador e a disputa territorial entre Venezuela e Guiana causam instabilidade política, de segurança e econômica, afetando outros países da América do Sul. É um momento preocupante para a região.

Recentemente, a segurança no Equador tem sido afetada por um aumento da violência e pelo envolvimento de colombianos em atividades relacionadas ao tráfico de drogas. Cerca de 1,5 mil colombianos estão detidos em prisões equatorianas por esse motivo.

Diante dessa escalada de violência, Argentina, Bolívia e Colômbia ofereceram apoio às forças de segurança equatorianas, enquanto o Peru posicionou combatentes em sua fronteira para fortalecer a segurança nacional. No entanto, especialistas acreditam que o conflito armado no Equador não deve se espalhar para outros países da América do Sul, pois é considerado um problema doméstico que deve ser resolvido sem interferências externas.

O narcotráfico é uma questão continental que afeta vários países das Américas do Sul e Norte, adaptando-se às demandas do mercado de drogas nos Estados Unidos e na Europa. No entanto, o professor de relações internacionais da ESPM argumenta que o efeito de escalada e transbordamento para outras nações geralmente não ocorre na América do Sul.

Recentemente, houve um motim no Equador que resultou em 18 mortes, 329 presos e 41 resgatados. Os grupos Tiguerones, Los Lobos e Los Choneros foram identificados como participantes desses confrontos. Durante as operações de segurança, as autoridades equatorianas conseguiram recuperar veículos, embarcações, equipamentos de comunicação, armas de fogo, munições e grandes quantidades de drogas.

Em outra área, a disputa entre a Venezuela e a Guiana pelo território de Essequibo tem ganhado destaque novamente. Essa disputa remonta ao século 19 e foi reavivada quando o líder venezuelano, Nicolás Maduro, assinou decretos para anexar a região da Guiana. Essequibo é uma área com grande potencial de petróleo, alimentando as tensões entre os dois países.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, defendeu a incorporação do território de Essequibo, desencadeando uma série de preocupações e consequências para a região. O professor Américo Lyra, especialista em relações internacionais, ressalta que uma possível anexação pela Venezuela teria um impacto econômico significativo e afetaria diretamente os empregos de brasileiros na área.

Além disso, uma invasão venezuelana também aumentaria o fluxo migratório para as cidades de Roraima, colocando uma pressão ainda maior nos serviços públicos, como saúde, segurança e educação.

O governo da Guiana afirma que a questão foi resolvida em 1899 por meio de uma sentença arbitral, enquanto a Venezuela alega que um acordo de 1966 reconhece sua reivindicação sobre Essequibo.

A questão foi levada à Corte Internacional de Justiça (CIJ), que proibiu a Venezuela de tomar qualquer ação para interferir no status atual do território em disputa. A CIJ também restringiu atitudes que possam agravar o conflito. As duas nações concordaram em resolver a disputa de acordo com o direito internacional e com a mediação do Brasil.

Em dezembro de 2023, a tensão aumentou ainda mais com o envio de um navio de guerra pelo Reino Unido para a região de Essequibo. Maduro respondeu anunciando o posicionamento de tropas venezuelanas na fronteira com a Guiana. A disputa pelo território guianense está longe de ser resolvida.

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