A politização do Supremo Tribunal Federal (STF) é um argumento utilizado pelos apoiadores de Bolsonaro descontentes

O Supremo Tribunal Federal tem sido alvo de discussões sobre sua politização nos últimos anos. No entanto, é importante lembrar que essa questão não é algo recente. Desde a década de 1980, já existiam indicações de ministros com ligações políticas.

Um exemplo disso foi a nomeação de Célio Borja, que era assessor especial do presidente José Sarney, como ministro do STF em 1986. Antes disso, Borja já havia sido presidente da Câmara dos Deputados durante a ditadura militar.

Outro caso é o de Paulo Brossard, nomeado em 1989 também por Sarney. Brossard era um jurista respeitado e tinha atuado como deputado federal e senador pelo MDB, partido de oposição à ditadura.

No governo Itamar Franco, em 1994, Maurício Corrêa assumiu uma vaga no STF. Corrêa, filiado ao PSDB e ex-senador, ocupava o cargo de ministro da Justiça na época.

O ex-ministro da Justiça Nelson Jobim também foi indicado para o STF pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em 1997. Jobim tinha uma trajetória política que incluía ser deputado federal constituinte pelo MDB.

O caso do ex-ministro Eros Grau, nomeado por Lula em 2004, também mostra que a politização do tribunal não se limita a um único espectro político. Grau, que era comunista declarado, defendia ideias de esquerda em seus votos.

Nos últimos anos, a polêmica sobre a politização do Supremo tem sido intensa. Há discussões sobre como a atuação dos ministros tem sido influenciada por sua posição política, tanto por indicações passadas como por decisões recentes. Independentemente do lado político, é importante garantir a independência e imparcialidade do tribunal para preservar a democracia no país.

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