Polícia Militar de SP mantém tropa em estado de prontidão devido a conflitos no litoral

A polícia militar de São Paulo está em estado de alerta após uma recente onda de violência que resultou na morte de três policiais militares no litoral paulista em menos de duas semanas. Para garantir a pronta resposta a possíveis emergências, todos os policiais, incluindo os do setor administrativo, estão sendo colocados de sobreaviso, podendo ser convocados a qualquer momento, mesmo interrompendo suas folgas.

A ordem de serviço que determina o sobreaviso foi emitida pelo subcomandante da PM paulista e vem junto com a transferência do gabinete do Secretário de Segurança Pública para o litoral, como parte de um esforço para supervisionar a operação. A região da Baixada Santista tem vivido momentos de tensão desde o ano passado, quando ocorreu um confronto entre a polícia e o crime organizado com dezenas de mortos.

Como parte do reforço na segurança, a Operação Verão, que já está ocorrendo no litoral, contará com uma terceira fase e reforços de outros batalhões. Com isso, o efetivo precisa estar preparado para qualquer emergência, principalmente se houver uma quebra da ordem causada por ondas de violência de criminosos.

O objetivo da PM é realizar uma resposta rápida diante de qualquer tipo de quebra da ordem pública, através de policiamento ostensivo e de inteligência. A corporação entende que quebra da ordem pública consiste em atos de violência e eventos extremamente graves que possam impactar profundamente a sociedade.

Essa ação de sobreaviso da tropa decorre de análises feitas pelo setor de inteligência da corporação, que detectaram possíveis ameaças à PM e à sociedade. A medida é uma forma de garantir a segurança de todos e tomar as precauções necessárias caso as ameaças evoluam.

No litoral paulista, três agentes da Polícia Militar foram assassinados em um período de 12 dias. O cabo José Silveira dos Santos foi morto no Morro de Tetéu em Santos, enquanto o soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo foi baleado durante uma operação na cidade. Ambos os casos foram registrados em fevereiro. Além disso, o policial Marcelo Augusto da Silva também foi morto em janeiro. Durante uma coletiva de imprensa, o secretário de Segurança Pública informou que o suspeito de atirar contra Samuel já foi identificado e um pedido de prisão foi enviado ao poder judiciário. Desde 1999, essa foi a primeira morte de um membro da Rota, uma das tropas de elite da Polícia Militar.

Em resposta às mortes, a Polícia Militar deflagrou a primeira fase da Operação Escudo no ano passado. A operação durou 40 dias, resultando na morte de 28 suspeitos. O objetivo principal era investigar o assassinato do soldado da Rota Patrick Bastos Reis. Após menos de uma semana, os três suspeitos foram presos: Erickson David da Silva, conhecido como “Deivinho”, foi apontado como o atirador; seu irmão, Kauã Jazon da Silva, foi identificado como informante; e Marco Antônio, conhecido como “Mazzaropi”, era responsável pela venda de drogas na comunidade onde o crime ocorreu.

De acordo com informações, a ordem para que os suspeitos se entregassem teria partido do PCC, facção criminosa incomodada com o impacto do policiamento ostensivo no tráfico de drogas na região. Antes de se entregar, “Deivinho” gravou um vídeo no qual pedia para o governador e para o secretário de Segurança Pública interromperem a “matança” e acabarem com a “covardia” no Guarujá.

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