Juiz punido pelo CNJ por envolvimento com grupo pró-golpe busca reconsideração junto ao STF

Pouco mais de um ano após ter sido afastado de seu cargo pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o juiz federal do trabalho Marlos Malek recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para retomar suas atividades. Malek estava envolvido em um grupo de WhatsApp onde empresários defendiam um golpe de Estado caso Lula vencesse as eleições de 2022. O afastamento ocorreu em setembro do ano passado. Agora, os advogados de Malek pedem o trancamento do processo e a revogação de seu afastamento, alegando que as medidas do CNJ são ilegais, sem justa causa e contaminadas por abuso de poder. O caso está nas mãos do ministro Kassio Nunes Marques. Nas mensagens do grupo, Malek expôs seu viés político em diversas ocasiões, elogiando políticos bolsonaristas e fazendo ataques à esquerda, às urnas eletrônicas e à Rede Globo. O afastamento foi justificado pelo corregedor do CNJ, Luís Felipe Salomão, que afirmou que a permanência de Malek no grupo, apesar de não ser empresário, violava as disposições legais que determinam o afastamento de temas políticos para os juízes. Salomão ressaltou que a liberdade de expressão dos magistrados deve ser ponderada com seus deveres funcionais, a fim de evitar o envolvimento indevido da instituição em debates políticos.

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