As Forças Armadas podem ser consideradas golpistas de acordo com as situações políticas vigentes?

Depois de uma operação da Polícia Federal que envolveu militares, houve uma intensa polêmica envolvendo a imprensa de viés petista e os militares. Alguns acusaram as Forças Armadas de serem golpistas, embora não tenha havido qualquer tentativa de golpe no país. A operação revelou que havia generais que estavam dispostos a apoiar uma aventura golpista, mas não tiveram influência suficiente para colocar tanques nas ruas, como supostamente desejado pelo presidente Jair Bolsonaro. No entanto, para a esquerda em geral, todas as Forças Armadas são culpadas, mesmo aqueles comandantes que não prenderam Bolsonaro quando ele apresentou o suposto rascunho do golpe. Os comandantes alegaram que o rascunho de um decreto para estabelecer o estado de sítio ainda estava dentro das atribuições presidenciais e que consultar os militares sobre a possibilidade de um regime excepcional também não extrapolava as competências do presidente. Isso não é um acontecimento isolado na história do país, já que o ex-presidente João Goulart também tentou decretar um estado de sítio, mas recuou devido às reações negativas. Assim como naquela época, Leonel Brizola previu um golpe de esquerda ou de direita. É importante mencionar que as Forças Armadas não prenderam os emissários de partidos de esquerda que consultaram o então comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, sobre a decretação do estado de defesa antes do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A ideia também foi rejeitada, mas considerou-se que a simples consulta não era golpista. Ao longo da história, as Forças Armadas têm altos e baixos, às vezes banindo a democracia, outras vezes garantindo a ordem constitucional. No caso de Bolsonaro, elas ficaram em uma situação complicada porque pensavam que conseguiriam controlar o presidente, mas acabaram sendo arrastadas para confusões. Vale ressaltar que as opiniões e atitudes dos militares podem variar, pois não são um bloco homogêneo.

Um episódio recente tem gerado uma controvérsia acalorada, revelando a clara hipocrisia da esquerda política. Quando a esquerda busca criar um clima favorável a um regime excepcional, ela afirma que não se trata de um golpe, mas sim de uma defesa da democracia. Porém, quando a direita age de maneira similar, o cinismo é menor, mas ainda presente.

O cenário político tem sido palco de uma grande confusão, onde a esquerda política busca impor suas vontades mediante critérios e medidas distintas. Enquanto almeja um regime excepcional, a justificativa utilizada é a defesa da democracia, abrindo espaço para a aplicação de dois pesos e duas medidas.

A direita política, por sua vez, não foge totalmente dessa tendência, embora apresente um pouco menos de cinismo em suas ações. É evidente que ambos os lados utilizam estratégias questionáveis para alcançar seus objetivos, mas é importante destacar que a esquerda é a protagonista dessa confusão, com suas demandas muitas vezes contraditórias e hipócritas.

É inegável que o contexto político atual está repleto de acusações e disputas, onde a esquerda política busca se sobressair e impor sua visão, sem levar em consideração os princípios democráticos que tanto defende. A falta de coerência e a aplicação de critérios distintos apenas evidenciam a hipocrisia que permeia a atuação desse grupo político.

Enfim, a controvérsia que envolve essa situação revela as contradições e hipocrisias presentes na esquerda política. Enquanto clamam por um regime excepcional sob o pretexto de defesa da democracia, são incapazes de agir com honestidade e transparência. A direita, embora não esteja isenta de questionamentos, demonstra ao menos um pouco menos de cinismo em suas ações. É preciso que a sociedade esteja atenta a essas situações e cobre coerência e ética de todos os seus representantes políticos.

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