Desamparo de clubes no Distrito Federal agrava risco de surto de dengue

Em Brasília, empreendimentos luxuosos abandonados se tornaram focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Esses espaços negligenciados contam com mata alta, lixo descartado irresponsavelmente e água parada.

Um exemplo é a Academia de Tênis José Farani, localizada no Setor de Clubes Esportivos Sul. Abandonado desde 2010, o local conta com piscinas, salas de cinema, quadras de tênis e um hotel. Hoje, ele serve como abrigo para mosquitos e pequenos animais.

Outro caso é o Clube de Caça e Pesca de Brasília, que apresenta sinais de abandono, com piscinas antigas e água parada.

O antigo Clube dos Servidores também está em estado de abandono, com placas caindo, piscinas esvaziadas e um matagal. O telhado das construções foi danificado pelas chuvas, formando poças de água.

Moradores da região lamentam que esses espaços, que poderiam ser utilizados para lazer, tenham se tornado criadouros para mosquitos.

O Clube da Imprensa, localizado à beira do Lago Paranoá, também preocupa, com piscinas cheias de água parada, mato alto e lodo.

O abandono desses locais preocupa a população, pois favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti e aumenta o número de casos de dengue na região.

Moradores de Taguatinga Sul estão especialmente preocupados com o Clube Primavera, que está abandonado. Há relatos de pessoas com dengue na região e de um buraco cheio de água no clube, que pode ser um foco para a reprodução do mosquito.

No Distrito Federal, um terreno abandonado que pertencia ao Clube Primavera se tornou um local de ruínas e abrigo para moradores de rua. As operações no clube foram interrompidas na década de 1990 e desde então o local se deteriorou, com piscinas vazias, construções abandonadas e mato tomando conta da área.

Em 2015, o terreno foi temporariamente utilizado para abrigar integrantes do Movimento Resistência Popular (MRP), mas desde então nenhum progresso foi feito para revitalizar a área. Os moradores locais têm reclamado da falta de ação por parte das autoridades.

Durante os últimos anos, a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) tem tentado implementar um plano de recuperação para as áreas abandonadas ou degradadas, como o antigo Clube Primavera. No entanto, os resultados têm sido escassos.

A comunidade local tem enfrentado outros problemas além da falta de iniciativa para revitalizar o terreno. Uma moradora mencionou que o carro do fumacê, utilizado para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, não passa pela rua há alguns anos, o que agrava ainda mais a situação.

No Distrito Federal, há um aumento no número de casos de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Como parte das medidas de combate, o governo disponibilizou canais de atendimento para a população denunciar locais que sejam focos do mosquito.

No entanto, mesmo com as denúncias, ainda há locais que apresentam problemas e são propícios para a proliferação do mosquito. Recentemente, a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) lançou uma operação para entrar em 79 prédios embargados e drenar água acumulada.

Até o momento, houve um total de 47.417 casos prováveis de dengue no Distrito Federal, com 11 mortes confirmadas. As vítimas fatais são principalmente homens entre 20 e 49 anos, mas também incluem crianças e idosos.

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