Desvendando os combustíveis fósseis: seu impacto no meio ambiente

A temática dos combustíveis fósseis voltou a ser discutida durante a última Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP28). Porém, muitas pessoas não associam esse tema aos produtos derivados, aos recursos utilizados na produção e aos seus impactos no meio ambiente, especialmente quando se trata da transição energética que o Brasil e o mundo estão debatendo. Mas afinal, o que são combustíveis fósseis?

Os combustíveis fósseis são resultado de processos naturais e orgânicos de plantas e animais que viveram há milhões de anos. Essas substâncias, ricas em carbono, incluem o carvão mineral, o gás natural e o petróleo. Cada um deles possui características diferentes em relação à geração de energia e seus produtos. Em relação às emissões de gases de efeito estufa, o carvão é o que mais contribui, seguido pelo petróleo e pelo gás.

Uma polêmica envolvendo os combustíveis fósseis é o fato deles serem considerados os principais responsáveis pelo aquecimento global. De acordo com representantes do Greenpeace Brasil, 87% das emissões de gases de efeito estufa no último ano foram provenientes da queima de combustíveis fósseis. Essa é uma preocupação global, pois todos sentem os efeitos desse modelo, como ondas de calor, secas extremas e tempestades.

Os combustíveis fósseis são considerados recursos não renováveis pois levam milhões de anos para se formarem e a taxa de consumo atual é muito maior do que a taxa de formação. Essa dependência desses recursos tem um enorme impacto tanto na humanidade quanto no meio ambiente, desde a poluição do ar até a poluição da água.

O carvão mineral é formado a partir da matéria orgânica de vegetais depositados em bacias sedimentares. Por meio da pressão e temperatura em ambiente sem contato com o ar ao longo do tempo geológico, os restos vegetais se solidificam, perdem oxigênio e hidrogênio e se enriquecem em carbono. O grau de carbonificação, ou rank, varia de acordo com a intensidade da pressão e temperatura e a duração do processo. O carvão é amplamente utilizado na geração de energia e na produção de aço, sendo fundamental para a economia mundial.

O petróleo, por sua vez, é uma substância oleosa, inflamável e menos densa que a água. Seu uso remonta à Antiguidade, sendo utilizado como impermeabilizante, inflamável e em outros fins bélicos.

No século 19, o querosene substituiu o óleo de baleia na iluminação pública, marcando o início do uso comercial do petróleo. Com o desenvolvimento dos motores a gasolina e diesel, o petróleo se tornou amplamente utilizado até os dias atuais. O gás natural, por sua vez, é uma mistura de hidrocarbonetos utilizada como combustível industrial, veicular e doméstico, além de ser matéria-prima em indústrias químicas, siderúrgicas e de fertilizantes. No Brasil, o governo federal tem incentivado tanto as energias renováveis quanto a exploração de combustíveis fósseis, criando um atrito entre as intenções de transição energética e a realidade da produção de petróleo. Essa situação é evidenciada pelo leilão de blocos de exploração de petróleo no país, incluindo áreas sensíveis, como a floresta amazônica na bacia do Rio Amazonas. Essa exploração tem sido alvo de disputa entre diferentes ministérios e órgãos governamentais. Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, e o Ibama são contrários à exploração, enquanto a Petrobras e o Ministério de Minas e Energia solicitam autorização para essa atividade.

O Ministério de Minas e Energia defendeu as perfurações realizadas pela Petrobras na Foz do Amazonas, afirmando que são destinadas a pesquisas sobre a região. A pasta enfatizou que se trata de um reconhecimento do subsolo brasileiro e tem como objetivo verificar as potencialidades da região, além de proporcionar oportunidades de emprego e renda para a população local.

No entanto, a ex-ministra Marina Silva comemorou o parecer contrário do Ibama em relação à exploração na Foz do Amazonas. Ela destacou que, a partir de agora, todos os projetos de exploração de petróleo e outras atividades de alto impacto ambiental serão submetidos à avaliação ambiental estratégica, cumprindo o que determina a lei.

Segundo a fonte citada, a perfuração em questão é baseada em evidências técnicas e deve ser respeitada em um governo republicano e democrático. A decisão de prosseguir ou não com a exploração dependerá dos resultados obtidos e da avaliação do impacto ambiental.

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