Dubai, luxo e crime: acusado de liderar esquema de agiotagem do PCC se envolve com carros de luxo

Um dos principais focos da Operação Khalifa, realizada pelo Ministério Público de São Paulo, é Edson Carlos do Nascimento, conhecido como Kaká, apontado como líder de uma rede de agiotagem ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que movimentou R$ 20 milhões no último ano. Kaká é descrito como um membro importante do PCC na região do Alto Tietê, estando envolvido em investigações relacionadas a jogos de azar e posse ilegal de arma de fogo. Mesmo sem emprego formal, Kaká levava um estilo de vida luxuoso, possuindo bens caros e realizando viagens a locais como Dubai.

De acordo com a investigação, os agiotas associados ao PCC praticavam taxas abusivas de juros, chegando a 10% a 300% ao mês. Em caso de falta de pagamento, era aplicada uma multa diária de R$ 1 mil. A Operação Khalifa, que ocorreu recentemente, resultou em 9 de 11 prisões na capital paulista e região do Alto Tietê.

Além de Kaká, outro alvo da investigação é o advogado Marco Antônio Pereira de Souza Bendo, conhecido como Paçoca, acusado de integrar o PCC. Uma casa teria sido identificada como local de reuniões do PCC em 2023, conforme registrado em interceptações telefônicas. Também foram apontados como membros da facção outros indivíduos, como Jonathan Lemos da Cruz, Eduardo Nunes da Silva e Sedemir Pelicari Fagundes.

Recentemente, uma investigação revelou um caso de sequestro de bens envolvendo dois homens que invadiram o apartamento de um devedor, ameaçando-o com uma arma e levando a chave de seu veículo. Além disso, o grupo também foi associado a extorsões, como a cobrança agressiva de valores de devedores, inclusive com ameaças de recolher itens.

O caso também apontou tentativas do grupo de corromper policiais, incluindo o pagamento de propinas para liberar indivíduos detidos. Um dos investigados enfrenta um processo por corrupção ativa, sob a acusação de oferecer benefícios indevidos a agentes da lei.

A investigação ainda sugere que informações sigilosas vazaram para os alvos antes do tempo, indicando possível obstrução à justiça por parte dos investigados. Medidas como saque de grandes quantias em dinheiro, alteração de senhas e do objeto social de empresas foram tomadas para dificultar a ação da justiça.

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