Líder do PCC tem o braço direito preso preventivamente por ordem da Justiça

A 1ª Vara Federal de Barueri (SP) decidiu converter em prisão preventiva a detenção de Eduardo Marcos da Silva, conhecido como Dudinha, na última sexta-feira (15/12). Dudinha, considerado um dos principais colaboradores de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi preso pela Polícia Federal (PF) em uma operação realizada na última quinta-feira (14/12) com o objetivo de desmantelar planos do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar políticos.

Durante a prisão, Dudinha foi encontrado com uma pistola 9mm de uso restrito. A Justiça fundamentou sua decisão nos dados encontrados nos telefones celulares apreendidos e nos registros criminais, além do patrimônio incompatível com suas atividades. Segundo a coluna Na Mira, Dudinha mantinha um esconderijo secreto em seu guarda-roupas, onde guardava várias armas e munições, incluindo quatro pistolas Glock 9mm e um colete balístico. Além disso, a polícia encontrou quatro veículos de luxo em sua posse.

Eduardo Marcos da Silva faz parte da sintonia restrita do PCC, uma célula composta por membros de alta confiança e com poder decisório dentro da organização. Todos os membros dessa célula possuem a confiança máxima do líder do PCC, Marcola. É importante ressaltar que as investigações ainda não revelaram quais autoridades seriam alvo de um suposto novo plano de ataque.

A ação que resultou na prisão de Dudinha é um desdobramento da Operação Sequaz, iniciada em março deste ano. Durante as investigações, a PF descobriu um plano do PCC para sequestrar e assassinar servidores públicos e autoridades, incluindo o ex-juiz e senador Sergio Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya. Na primeira fase da operação, foram encontradas informações sobre as residências oficiais do senador Sergio Moro, do presidente do Senado Rodrigo Pacheco, e do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira.

O PCC é uma facção criminosa liderada por Marcola. Em 2018, o promotor Lincoln Gakiya solicitou a transferência de Marcola de São Paulo para um presídio federal, e no início do ano seguinte, ele foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília. No pacote anticrime proposto por Moro, havia medidas como a proibição de visitas íntimas e monitoramento dos contatos dos presos, inclusive com seus advogados, em presídios federais. Segundo a Operação Sequaz, o sequestro e o assassinato de Moro e outras autoridades visavam obter dinheiro e resgatar Marcola, que havia sido transferido de um presídio em Porto Velho para Brasília no início deste ano.

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