Negócios de membros do PCC com detentos e conexão em ataque à polícia em São Paulo.

Uma denúncia do Ministério Público de São Paulo revela conexões entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e empresas acusadas de fraudar contratos públicos em cidades de São Paulo. O principal elo é Márcio Zeca da Silva, conhecido como Gordo, condenado por tráfico de drogas e integrante do PCC, que tem vínculo com Vagner Borges Dias, chamado Latrell Brito, acusado de liderar o esquema de fraudes.

Segundo a denúncia, o esquema envolveu mais de R$ 200 milhões em contratos fraudulentos e propina para agentes públicos através de empresas de fachada e pagamentos em dinheiro. A Operação Munditia descobriu a atuação do cartel do PCC em licitações em diversas cidades paulistas, resultando na denúncia de 17 pessoas, incluindo membros do poder público, advogados e representantes da facção criminosa.

Em 2018, Gordo foi acusado de participar da célula do PCC em cidades da Grande São Paulo. Mais tarde, foi preso por tráfico de drogas e condenado a quase 6 anos de prisão. O MPSP também interceptou um áudio de Latrell discutindo assuntos relacionados à facção criminosa em 2021.

De acordo com informações do Ministério Público de São Paulo, surgiram indícios de que membros de uma facção criminosa estavam envolvidos em resolver conflitos dentro do sistema penitenciário paulista. Diferentes presos foram citados em comunicações entre acusados, incluindo Latrell e Gordo, no esquema investigado.

Em uma situação específica, um vereador cobrou um empresário supostamente ligado à facção criminosa PCC por um terno usado em uma cerimônia de posse. O MPSP apresentou evidências de uma festa em uma casa de praia que foi mencionada na denúncia.

Em áudios obtidos, Latrell mencionou que reservou uma quantia significativa para a faculdade de sua filha. Também em outras evidências, comemorações e referências a valores suspeitos indicam possíveis fraudes e irregularidades.

Entre as mensagens analisadas, foi destacada a presença de um preso conhecido como Leleu, acusado de roubo, que aparece em negociações para a compra de imóveis. O MPSP apontou que Leleu estaria recebendo benefícios financeiros do esquema em questão.

Outro personagem mencionado nas investigações é Gilmar da Hora Liscoa, também conhecido como Pepinha, apontado como líder do PCC em uma região específica. Pepinha foi recentemente condenado por homicídio e associação criminosa, mantendo uma relação próxima com Latrell e Márcio, também envolvidos nas atividades ilegais do grupo.

Conforme as informações divulgadas, a proximidade entre os membros do grupo e a facção criminosa teria conexões que remontam a ataques à polícia ocorridos no passado, como o atentado na Delegacia de Polícia de Suzano em 2006. A investigação continua a analisar as evidências reunidas sobre as atividades ilícitas envolvendo os réus.

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