Perspectivas para a última “Superquarta” do ano: Comparando os juros no Brasil e nos EUA

No dia 13 de dezembro, os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos irão anunciar o resultado de suas reuniões, conhecido como “superquarta”, porque é quando divulgam as taxas básicas de juros. Espera-se que a Selic, a taxa básica de juros do Brasil, seja reduzida novamente em 0,5 ponto percentual, chegando a 11,75% ao ano. A decisão é baseada na desaceleração da inflação no país nos últimos meses.

A taxa básica de juros é utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando os juros são aumentados, o objetivo é conter a demanda, já que os empréstimos ficam mais caros. Por outro lado, quando os juros são reduzidos, a tendência é de que o crédito fique mais barato, incentivando a produção e o consumo, o que estimula a atividade econômica.

De acordo com o último Relatório Focus do Banco Central, a inflação no Brasil deve encerrar 2023 em 4,51%, abaixo da meta estabelecida pelo governo. A taxa básica de juros, por sua vez, deve chegar a 9,25% ao final do próximo ano.

No último dia da reunião do Copom desta semana, a expectativa é de que a taxa básica de juros (Selic) seja reduzida de 9,25% para 9% ao final de 2024. De acordo com especialistas, espera-se que ocorram cortes de 50 pontos-base nas próximas duas reuniões, em janeiro e março de 2024, com a possibilidade de uma redução de 0,5% em janeiro. Acredita-se que cortes de 0,75 ponto percentual só serão possíveis quando os EUA e a Europa própria começarem a flexibilizar suas políticas.

Por outro lado, nos EUA, o Federal Reserve (Fed) deve manter os juros inalterados pela terceira vez consecutiva. A inflação no país foi de 3,1% em novembro, próximo à meta de 2% ao ano. A expectativa é que o início dos cortes de juros nos EUA ocorram apenas no segundo trimestre de 2024.

Embora a inflação nos EUA tenha diminuído, ela ainda está acima da meta de 2% do Fed. O núcleo da inflação, que considera preços de energia e alimentos, continua em expansão de 4% nos últimos 12 meses, o que impede a redução de juros nos EUA por ora. Os preços de bens de consumo também estão consideravelmente acima dos patamares pré-pandemia, afetando o consumidor americano.

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