O preço do azeite de oliva tem sido uma preocupação para os consumidores brasileiros, conforme dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). O produto registrou um aumento de 37,76% em 2023, ficando entre os destaques negativos do grupo de alimentos analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento do azeite só ficou abaixo de produtos como morango e tangerina, que apresentam variações sazonais.

O aumento do preço do azeite tem sido constante nos últimos dois anos, de acordo com um levantamento feito pela empresa de inteligência de mercado Horus. O preço médio do litro do produto subiu de R$ 44,25 em janeiro de 2021 para R$ 86,19 em novembro de 2023, o que representa um aumento de 95%. A Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira (Oliva) alega que as mudanças climáticas têm prejudicado as safras do produto, enquanto analistas apontam a ação da bactéria Xylella como outra fonte do problema.

Na Europa, muitas oliveiras foram afetadas por uma longa seca em 2022, o que resultou em uma queda na produção de azeitonas e, consequentemente, do azeite. No ano passado, a safra do produto foi a pior da história, com uma redução de 26% em relação à média anual. Esperava-se uma melhora em 2023, mas isso não ocorreu. Em algumas regiões da Espanha, responsável por mais de 40% da produção mundial de azeite, o preço chegou a 8,20 euros por quilo em agosto, mais do que o dobro em comparação ao mesmo mês do ano anterior.

O Brasil é um dos maiores importadores de azeite do mundo, ao lado de Japão, Estados Unidos e Canadá. No entanto, a produção nacional representa apenas cerca de 1% do consumo de azeites extra virgens no país.

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