Um ano após o término do governo de Jair Bolsonaro, membros da equipe econômica liderada por Paulo Guedes seguiram caminhos distintos. Alguns migraram para instituições financeiras, corretoras e consultorias, enquanto outros voltaram a assumir funções no setor público. Há também aqueles que optaram por pausas em suas carreiras e tiraram períodos sabáticos.
Durante os quatro anos de gestão Bolsonaro, o Ministério da Economia, comandado por Guedes, uniu pastas que, no governo de Lula da Silva, tornaram-se ministérios separados novamente, como Previdência Social, Trabalho e Gestão.
A equipe de Guedes, conhecida como “dream team”, era composta em sua maioria por economistas de vertente neoliberal, muitos formados na Universidade de Chicago. No entanto, também havia técnicos com vasta experiência no serviço público e sem orientação ideológica clara.
Guedes, por sua vez, é sócio e presidente do conselho da Legend Capital, uma empresa de investimentos que possui R$ 11 bilhões sob sua gestão e foco em clientes de alta renda. A empresa tem escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Miami, nos Estados Unidos.
Entre os principais auxiliares de Guedes, temos Rogério Marinho, ex-secretário especial da Previdência, que foi eleito senador e se tornou uma das principais vozes da oposição no Senado. Bruno Bianco, ex-secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, atualmente é gerente sênior de relacionamento no banco BTG Pactual. Waldery Rodrigues, ex-secretário especial da Fazenda, atualmente é coordenador-geral na Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Bruno Funchal, ex-secretário especial do Tesouro, foi Secretário do Tesouro Nacional e atualmente exerce a função de diretor-executivo no Fundo Monetário Internacional.
No post de outubro de 2021, um possível rompimento do teto de gastos resultou na saída de uma parte da equipe econômica do governo. O cargo de CEO da Bradesco Asset Management foi assumido por Bruno Funchal em maio de 2022. Esteves Colnago foi ministro do Planejamento entre abril e dezembro de 2018, enquanto Salim Matar foi secretário especial de Desestatização por dois anos. Carlos da Costa comandou a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade por quase quatro anos, enquanto Caio Megale assumiu cargos no LIDE Economia, grupo liderado por João Doria. Adolfo Sachsida chegou a ser ministro de Minas e Energia, e Marcos Cintra deixou a equipe após defender a volta de um imposto semelhante à CPMF.
O Partido União Brasil teve um membro importante chamado Índigo, que foi vice-presidente da Fundação Getulio Vargas (FGV) e se tornou vice na chapa de Soraya Thronicke para a Presidência da República. Outro nome relevante foi José Barroso Tostes Neto, que foi secretário especial da Receita Federal e enfrentou polêmicas, como o caso da tentativa de entrada ilegal no Brasil de joias vindas da Arábia Saudita. Marcos Troyjo foi secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, tendo sido responsável pelas negociações do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. O ex-ministro Paulo Guedes também indicou presidentes de bancos públicos, como Pedro Guimarães, que comandou a Caixa, e Rubem Novaes, que presidiu o Banco do Brasil. Joaquim Levy chefiou o BNDES e atualmente trabalha como diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados no banco Safra. Roberto Castello Branco e Silva e Luna tiveram passagens pela Petrobras.