A secretária de Relações Internacionais de São Paulo, Marta Suplicy, deixou o cargo após uma reunião com o prefeito Ricardo Nunes. Os dois afirmaram que a decisão foi em comum acordo, mas o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro à campanha de Nunes e o acerto feito entre Marta e o PT para ser vice de Guilherme Boulos são apontados como motivos para a saída da secretária.
Durante a reunião, que contou com a presença do marido de Marta e do secretário de Governo, foi divulgada uma carta na qual Marta lista as ações realizadas durante sua gestão e menciona as mudanças políticas que ocorreram desde que assumiu o cargo. Ela afirma que seguirá caminhos coerentes com sua trajetória e valores.
Nunes soube do acordo entre Marta e o PT pela imprensa e considerou uma quebra de confiança da parte da secretária não tê-lo informado previamente. Ela desfrutava da confiança do prefeito e participava de reuniões estratégicas do conselho político de Nunes.
Marta estava de férias e se esperava que ela comunicasse sua decisão ao retornar ao trabalho, mas Nunes decidiu apresentar sua carta de demissão durante a reunião. O prefeito alega traição por parte de Marta. Ela ocupava o cargo desde 2021, quando foi convidada pelo então prefeito Bruno Covas.
O plano de Marta retornar ao PT e se tornar vice de Boulos nas eleições municipais foi revelado no início de dezembro e foi articulado por Lula. Marta já havia sido convidada para ser vice de Nunes pelo partido PL, de Bolsonaro, mas recusou. Ela se aproximou do PT novamente durante o governo Bolsonaro, após ter deixado o partido em 2015.
Marta já foi filiada ao MDB e ao Solidariedade, mas está atualmente sem partido.