No Distrito Federal, um crime brutal chocou a comunidade quando uma família inteira foi assassinada por seis indivíduos. Um ano depois, o promotor de Justiça do Ministério Público, Nathan Neto, ainda se surpreende com os desdobramentos dessa terrível chacina.
O crime foi planejado meticulosamente por pelo menos dois meses, alimentado pela ganância e ódio. Os assassinos, Gideon, Horácio, Fabrício, Carlomam e Carlos Henrique, conhecidos da família, tiraram a vida de 10 pessoas, incluindo três crianças. Um adolescente também participou do crime.
A motivação foi a ganância pela propriedade da família. A chácara em questão, avaliada em R$ 2 milhões, possuía uma cachoeira privativa, vasta área de pastagem para gado e cerca de 5 hectares de terreno. O plano dos assassinos era eliminar todos os membros da família para tomar posse do imóvel, sem deixar qualquer herdeiro vivo.
Curiosamente, a propriedade nem pertencia ao patriarca da família, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, que foi a primeira vítima. Havia uma disputa judicial em curso, com os verdadeiros donos tentando recuperar a chácara desde 2020.
O crime foi perpetrado com ódio e desprezo, como evidenciado nos detalhes macabros do plano. Os acusados alugaram um cativeiro em Planaltina para manter as vítimas reféns, enquanto se preparavam para executar o plano.
Um ano depois do ocorrido, todos os envolvidos no crime estão presos ou apreendidos. O promotor Nathan afirma que há provas suficientes para responsabilizar os culpados. A Justiça também decidiu manter a prisão preventiva dos acusados, pois as razões que levaram à prisão não foram alteradas.
A última decisão do tribunal manteve a prisão de Gideon, Horácio, Carlomam e Carlos Henrique. O réu Fabrício teve o processo desmembrado e está em parte separada. Ele era responsável por vigiar as vítimas no cativeiro em Planaltina.
A tragédia ocorreu quando os criminosos simularam um assalto à chácara, resultando na morte de Marcos. Sua esposa Renata e filha Gabriela também foram capturadas e levadas ao cativeiro, onde Marcos foi brutalmente esquartejado vivo na cozinha. O adolescente, testemunha do massacre, conseguiu fugir e permaneceu escondido por duas semanas. As vítimas foram mantidas em cativeiro e vendadas durante todo esse período.
Um inquérito concluído revelou detalhes sobre uma série de sequestros que ocorreram no Distrito Federal. Durante o período do crime, os sequestradores usaram os celulares das vítimas para enviar mensagens falsas, tentando despistar amigos e familiares. Os criminosos se fizeram passar pelas vítimas, enviando mensagens que não seguiam o padrão tradicional de comunicação.
No dia 4 de janeiro, os sequestradores enviaram uma mensagem do celular de um dos reféns para uma antiga parceira, informando que Gideon, Horácio e Fabrício ajudariam com a mudança para uma nova casa. A antiga parceira entrou em uma armadilha e acabou sendo sequestrada junto com sua filha.
No dia 12 de janeiro, os criminosos fingiram ser outra vítima e pediram para o filho dela e sua família irem até uma chácara no Itapoã. Chegando lá, foram rendidos pelos sequestradores.
No mesmo dia, a esposa do filho dessa vítima também foi rendida quando tentava encontrá-lo em um condomínio. Ela e seus três filhos foram levados para Cristalina, onde foram asfixiados e tiveram o carro incendiado.
Dias depois, o carro da esposa do filho foi encontrado com os corpos carbonizados dentro. Os investigadores confirmaram os restos mortais como sendo dela e de seus três filhos.
No dia 14 de janeiro, as outras duas vítimas foram levadas a uma cidade próxima, onde foram asfixiadas. Seus corpos foram abandonados em uma área próxima a uma cisterna.
No dia seguinte, as irmãs de uma das vítimas relataram o desaparecimento dela e dos demais envolvidos.
Dias depois, outro carro foi encontrado carbonizado com mais dois corpos dentro, sendo identificados como as outras duas vítimas.
Esse é um resumo dos acontecimentos perturbadores que ocorreram nesse caso de sequestro em Brasília.
No dia 4 de janeiro, Ana Beatriz de Oliveira e sua família foram sequestradas e posteriormente assassinadas. Após investigações, a polícia identificou dois suspeitos: Gideon Batista e Horácio Carlos. Gideon foi encontrado posteriormente com queimaduras nas mãos, uma grande quantia de dinheiro e um veículo que pertencia a Ana Beatriz. Horácio foi localizado realizando serviços de mecânica em um carro na rua. Durante as investigações, um terceiro envolvido, Fabrício, foi apontado e encontrado com o carro de Cláudia.
A polícia conseguiu rastrear o cativeiro utilizado pelos criminosos, onde encontraram documentos e objetos pessoais das vítimas, além de diversos aparelhos celulares, um notebook e roupas femininas. Durante o primeiro depoimento, os acusados mencionaram que as mortes foram encomendadas por Thiago e Marcos. Porém, o promotor destacou que essas afirmações ainda são teses não comprovadas.
No dia seguinte, um corpo masculino desmembrado foi encontrado no local do cativeiro pelos cães farejadores do Corpo de Bombeiros. Dias depois, confirmou-se que o corpo pertencia a Marcos, o que trouxe uma reviravolta nas investigações.
Em 22 de janeiro, as impressões digitais de um quarto suspeito, Carlomam dos Santos Nogueira, ligado à facção Primeiro Comando da Capital, foram encontradas tanto no cativeiro quanto no carro. Ele permaneceu foragido por três dias antes de se apresentar à delegacia.
No dia 24 de janeiro, mais três corpos foram descobertos na cisterna de uma casa abandonada a cerca de 5km do cativeiro. Essas vítimas anteriormente desaparecidas foram identificadas como Cláudia Regina Marques de Oliveira, Ana Beatriz Marques de Oliveira e Thiago Gabriel Belchior.
No dia 26 de janeiro, a polícia prendeu o quinto envolvido no crime, Carlos Henrique Alves da Silva, que tentou fugir pelo telhado.
Em fevereiro, o Ministério Público denunciou cinco pessoas pelo envolvimento na maior chacina já registrada na capital. A Justiça aceitou a denúncia e todos se tornaram réus. O adolescente envolvido foi julgado e recebeu a pena máxima permitida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente: prisão por tempo indeterminado, por até três anos.
Apesar dos avanços nas investigações, ainda não há uma data definida para o julgamento dos demais envolvidos.