O ano de 2023 foi marcado por uma série de desastres naturais que afetaram o Brasil de norte a sul. O litoral do Rio de Janeiro foi atingido por ondas gigantes que invadiram as pistas e resultaram em uma tragédia com a morte de um adolescente. Em São Paulo, um vendaval com força de furacão causou estragos e deixou milhões de pessoas sem energia elétrica. Manaus enfrentou tempestades de areia e o Rio Grande do Sul sofreu com enchentes que destruíram ruas. Além disso, rios amazônicos secaram abruptamente.
Ao mesmo tempo, outros países ao redor do mundo, incluindo o próprio Brasil, registraram recordes de temperatura devido a uma onda de calor extrema. Essas altas temperaturas são resultado do agravamento das mudanças climáticas, causadas pela emissão de gases de efeito estufa e pela destruição das áreas naturais.
De acordo com os dados do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, até novembro de 2023, quase duas mil cidades brasileiras entraram em situação de emergência devido a crises ambientais. Houve também um grande número de desalojados, desabrigados e mortos em consequência desses desastres.
Em dezembro, o litoral do Rio de Janeiro foi atingido por ondas de até 5 metros de altura, que invadiram as pistas da zona sul da cidade. Um adolescente morreu afogado nesse incidente. No mesmo mês, parte do estado de São Paulo foi afetada por chuvas fortes e ventos de até 100 km/h, causando a interrupção do fornecimento de energia elétrica e deixando milhões de pessoas sem luz. Além disso, Manaus sofreu com tempestades de areia e o Rio Grande do Sul enfrentou enchentes devastadoras.
Essas tragédias são um reflexo do impacto das mudanças climáticas no Brasil e no mundo. É cada vez mais evidente a necessidade de tomar medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e preservar as áreas naturais, a fim de evitar a ocorrência de desastres naturais cada vez mais graves.
A cidade de São Paulo enfrentou um grave apagão causado por um vendaval, resultando em prejuízos de até R$ 126 milhões e afetando 15% dos comerciantes locais, de acordo com a ACSP e a Abrasel. Mesmo quatro dias após o ocorrido, várias regiões ainda estavam sem energia.
A Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo, reconheceu a gravidade da situação e afirmou priorizar os reparos nas áreas mais críticas. O vendaval foi considerado o mais forte em anos, causando danos significativos à rede de distribuição.
Manaus, capital do Amazonas, foi atingida por uma tempestade de areia, causando pânico entre os moradores. A tempestade coincidiu com uma seca histórica que tem intensificado os incêndios florestais na região, resultando em fumaça que se espalha por vários municípios. Os índices de poluição do ar em Manaus chegaram a níveis considerados péssimos.
No Rio Grande do Sul, temporais destruíram 177 cidades, deixando milhares de pessoas desalojadas e desabrigadas. Entre junho e setembro, o estado foi atingido por nove ciclones, causando enchentes e estragos em mais de 100 cidades. Um desses ciclones provocou 51 mortes e prejuízo estimado em R$ 1,3 bilhão.
A seca severa, intensificada pelas mudanças climáticas, afetou especialmente os arredores de Manaus, resultando na pior estiagem em 40 anos na Amazônia. O Rio Negro atingiu níveis baixíssimos e os incêndios florestais se propagaram nas áreas onde os rios recuaram. Cidades ribeirinhas estão racionando água e animais ameaçam entrar em extinção.
A situação na Amazônia tem sido destacada pela imprensa internacional, como o jornal The Washington Post, que ressalta o perigo enfrentado pela região.
A floresta enfrenta grandes desafios para se recuperar dos danos causados pela seca, e há o risco de não ser capaz de voltar à sua condição normal no futuro, alerta um especialista em sistemas globais.
O fenômeno climático conhecido como El Niño tem desempenhado um papel significativo nas mudanças climáticas recentes no Brasil. Ondas de calor sem precedentes têm afetado diversas regiões do país, como Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste, levando a recordes de temperatura.
O El Niño é um padrão climático natural que ocorre a cada dois a sete anos, e sua intensidade tem sido exacerbada pelas atividades humanas. Essa combinação tem resultado em condições extremas de calor que têm desafiado a capacidade de recuperação das florestas brasileiras.
Segundo o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, o ano de 2023 está a caminho de se tornar o mais quente já registrado, devido às altas temperaturas na terra e na superfície do mar desde junho.
Diante desse cenário, a perspectiva de uma floresta que não consegue se recuperar totalmente dos danos é preocupante. O processo de recuperação pode ser prolongado e, eventualmente, pode chegar a um ponto em que não será possível retornar à normalidade.
Essa situação ressalta a importância de se tomar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e proteger nossos ecossistemas naturais. Precisamos buscar soluções sustentáveis e reduzir nossa pegada ecológica, para preservarmos nossas florestas e assegurarmos um futuro mais saudável para nosso planeta.