Empresas que operam a frota de ônibus da Prefeitura de São Paulo acumularam um lucro líquido de aproximadamente R$ 850 milhões nos últimos quatro anos. Esses números são ainda mais significativos diante do aumento dos subsídios públicos, que devem chegar a R$ 5,3 bilhões neste ano para compensar a queda no número de passageiros na cidade.
O declínio na quantidade de passageiros foi citado pelo prefeito Ricardo Nunes como uma das razões para implementar a política de tarifa zero nos domingos a partir deste fim de semana.
Os dados revelam que o lucro das empresas aumentou durante os anos mais críticos da pandemia de Covid-19. Em 2019, antes da pandemia, os ônibus fizeram 2,6 bilhões de viagens. Esse número caiu para 1,6 bilhão em 2020 e se recuperou para 2 bilhões em 2022.
Apesar de transportar menos passageiros, a Prefeitura aumentou os repasses feitos às empresas de R$ 8,8 bilhões em 2019 para R$ 10,4 bilhões em 2022. Esses pagamentos são calculados considerando os custos operacionais e a taxa de retorno aos empresários.
O dinheiro recebido pelas empresas vem da venda de passagens e dos créditos do bilhete único, mas como esses recursos não são suficientes para cobrir todos os custos, a Prefeitura complementa com subsídios públicos.
A tarifa de ônibus em São Paulo está congelada em R$ 4,40 desde 2020 e o prefeito Nunes afirmou que não pretende conceder um novo aumento no próximo ano. No entanto, o governador Tarcísio de Freitas vem pressionando por um reajuste, já que os sistemas de trens e metrô têm acumulado prejuízos.
O Metrópoles tentou obter uma resposta da SPTrans sobre o lucro das empresas, mas não obteve retorno.