A “Lei Ómnibus” de Javier Milei enfrentou um retrocesso no Congresso da Argentina após ter sido aprovada de forma geral. Os deputados recuaram em relação ao projeto ultraliberal do presidente, derrotando o governo em temas importantes, como privatizações de empresas públicas e reformas da dívida. Pela primeira vez na história da Câmara da Argentina, um texto já aprovado em plenário voltou à instância anterior.
O presidente Milei reagiu à derrota, afirmando que a casta política está se posicionando contra as mudanças que os argentinos votaram nas urnas. Ele criticou um sistema em que os políticos enriquecem às custas dos trabalhadores do país e enfatizou que não está disposto a negociar o programa de governo.
O governo argentino, em nota oficial, afirmou que não permitirá que aqueles que se beneficiam de um sistema corrupto há anos frustrem o futuro do país. Segundo informações do jornal “Clarín”, as discussões foram interrompidas durante a fala sobre privatizações, sendo que os deputados governistas já haviam sofrido derrotas em artigos importantes, como a reforma do Estado.
O projeto inicialmente proposto pelo governo de Javier Milei previa superpoderes ao presidente, bem como a privatização de empresas estatais. O texto, composto por mais de 600 artigos, abrangia medidas nas áreas econômica, financeira, fiscal, previdenciária, administrativa, social, de segurança, defesa, tarifas, energia e saúde, ao longo de dois anos. No entanto, o governo cedeu em alguns pontos para facilitar a aprovação, resultando na redução do número de artigos para 224. Contudo, com o retorno do projeto ao estágio inicial, a vitória previamente comemorada pelo governo argentino foi anulada.
A chamada “Lei Ônibus” recebeu esse apelido devido ao seu tamanho original robusto, com 664 artigos distribuídos em 10 títulos com diversas subcategorias temáticas.