A operação da Polícia Federal (PF) deflagrada em São Paulo na quinta-feira (8/2) atingiu dois importantes aliados eleitorais do prefeito Ricardo Nunes (MDB), além de ter como alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Essa ação se tornou uma vantagem para outros partidos que desejam a vaga de vice na chapa, especialmente o União Brasil.
O partido União Brasil é comandado pelo presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, e ele é considerado um possível vice para Nunes, apesar do desejo de Bolsonaro de ter um nome bolsonarista para o posto. Bolsonaro foi proibido de deixar o Brasil por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a PF alega que ele esteve envolvido na elaboração de uma tentativa de golpe de estado em 2022. Valdemar foi preso por ter uma arma ilegal em sua posse durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.
O prefeito Nunes tem buscado o apoio de Bolsonaro para sua candidatura, com o objetivo de unir partidos de centro e de direita contra a campanha de Guilherme Boulos (PSol), que tem o apoio de Lula. Valdemar era o principal articulador dessa aliança. Agora, no entanto, o cerco da PF a Bolsonaro e Valdemar abriu espaço para que outros aliados de Nunes ganhem força na disputa pela vice.
Há quem acredite que o dano causado pela investigação da PF sobre Bolsonaro e Valdemar é irreversível até as eleições de outubro, e não descartam a possibilidade de Bolsonaro ser preso. A discussão sobre a vaga de vice só deveria ocorrer em junho, perto do prazo final estabelecido pela Justiça Eleitoral, na opinião de um aliado do prefeito. O vereador Milton Leite, por sua vez, acredita que a análise dos impactos da operação deve ser feita após a turbulência.
O partido União Brasil está na disputa pela vaga de vice, junto com o nome bolsonarista indicado pelo PL, o Republicanos, partido do governador Tarcísio de Freitas, e até o PSDB, sigla do falecido ex-prefeito Bruno Covas.