Baleia nega desentendimentos durante campanha de Nunes e tenta diminuir importância das ações envolvendo Bolsonaro

A recente operação da Polícia Federal que investigou um suposto plano de golpe de estado envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados não abalou a confiança do marqueteiro Duda Lima na campanha do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Duda, que é ligado ao presidente do partido PL, Valdemar Costa Neto, continua sendo apoiado pela coordenação da campanha de Nunes, apesar de Valdemar ter sido um dos alvos da operação da PF.

Duda começou a trabalhar na pré-campanha de Nunes no ano passado, como parte de um acordo para atrair o PL para a coligação do prefeito e evitar uma candidatura bolsonarista na disputa pela prefeitura. No entanto, algumas estratégias atribuídas a Duda começaram a ser questionadas por aliados de Nunes. Em particular, a forma como o prefeito lidou com a crise do apagão de energia em São Paulo no ano passado.

Inicialmente, Nunes adotou uma postura de parceria com a concessionária responsável pela distribuição de energia na cidade, mas depois passou a criticá-la por causa da demora na restauração do serviço. As críticas à empresa foram intensas e Nunes até buscou a rescisão do contrato do governo federal com a concessionária. Apesar dessas críticas, aliados do prefeito consideraram a estratégia acertada.

O presidente do MDB, Baleia Rossi, também defendeu as ações de Duda Lima durante a crise da energia, afirmando que ele desempenhou um papel importante ao cobrar responsabilidade da empresa e defender os interesses dos moradores de São Paulo. No entanto, quando questionado sobre o possível impacto da operação da PF na campanha de Nunes, Baleia desconversou e afirmou que o foco deve ser na gestão do prefeito.

Antes da operação da PF, Valdemar, presidente do PL, chegou a oferecer nomes de possíveis vices para Nunes, com aval de Bolsonaro. No entanto, devido a uma medida cautelar emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, Valdemar e Bolsonaro estão proibidos de se comunicarem, o que pode afetar as articulações da aliança entre o prefeito e o PL.

Alguns partidos aliados de Nunes, como o União Brasil, veem a situação atual como uma oportunidade para pleitear o posto de vice na chapa do prefeito, substituindo um nome do PL apadrinhado por Bolsonaro. O cenário político em São Paulo continua se desenvolvendo e será interessante acompanhar como as próximas semanas e meses influenciarão a campanha de Ricardo Nunes.

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