A trajetória de Haddad: um petista com influências tucanas que faz história.

Paulo Guedes, o antigo fiador de Bolsonaro diante do mercado financeiro durante a eleição de 2018 e seu principal conselheiro econômico durante quatro anos, não demonstrou muito entusiasmo com a aprovação da reforma tributária. A proposta, que foi apresentada no Congresso em 2019 pelo deputado Baleia Rossi com a ajuda de especialistas como o economista Bernardo Appy, passou por diversas modificações até ser finalmente aprovada. No entanto, Guedes e Bolsonaro pareceram não se importar muito com ela, considerando-a impossível de ser implementada.

A única reforma significativa aprovada durante a gestão de Guedes e Bolsonaro foi a da Previdência Social, que já havia sido preparada pelo governo anterior de Michel Temer. Bolsonaro parecia estar mais interessado em destruir o sistema atual do que em construir algo novo. Ele tinha claro o objetivo de demolir a democracia para instaurar um regime autoritário de extrema-direita. Embora tenha seguido coerente com suas ideias de mais de 30 anos de vida política, no final das contas, ele não conseguiu alcançar esse objetivo.

Porém, algo improvável aconteceu: Fernando Haddad, ministro da Fazenda e membro do PT (partido resistente a reformas), adotou a proposta de Baleia Rossi, que estava esquecida em alguma gaveta do Congresso, e a impulsionou. Ele não tentou reinventar a roda, mas sim aprimorá-la. E agora, mesmo com suas imperfeições, temos uma reforma aprovada. Essa conquista foi possível graças ao trabalho conjunto de Arthur Lira, presidente da Câmara, Aguinaldo Ribeiro, relator da reforma, e muitos outros deputados e senadores que lutaram para torná-la realidade em um dia histórico para o Brasil.

Viva o Brasil!

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