O governo brasileiro liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoiou a concessão de um empréstimo de US$ 960 milhões do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) para a Argentina. O objetivo é ajudar o país a superar sua crise econômica e pagar parte de sua dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O gesto foi interpretado como uma demonstração de pragmatismo do governo petista em relação ao novo presidente argentino, Javier Milei, que havia ofendido Lula durante a campanha eleitoral.
O empréstimo foi aprovado pela diretoria do CAF de forma unânime na sexta-feira (15/12). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou o assunto durante uma agenda com Lula em São Paulo. Haddad destacou que, apesar das ofensas de Milei ao presidente brasileiro, o Brasil continua apoiando o povo argentino em sua hora de necessidade.
O empréstimo foi solicitado pelo ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, como forma de dar um alívio ao novo governo e permitir a renegociação das dívidas com o FMI. O CAF, criado em 2010, é uma instituição multilateral de desenvolvimento para a América Latina.
A posse de Milei ocorreu no último domingo (10/12) sem a presença de Lula, que decidiu não comparecer após ser insultado pelo novo presidente argentino durante a campanha eleitoral. Lula enviou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para representá-lo na cerimônia.
Alberto Fernández, aliado do PT, foi sucedido por Milei como presidente da Argentina, após derrotar Sergio Massa no segundo turno das eleições.