A recente divulgação dos dados do IPCA aponta que a inflação oficial do Brasil ficou em 0,16% em março, abaixo da expectativa de 0,25% do mercado. Em fevereiro, a elevação havia sido de 0,83%. Contudo, o coordenador dos índices de preços da FGV Ibre, André Braz, destaca que o cenário ainda apresenta desafios a serem enfrentados, indicando que o resultado positivo não garante um horizonte tranquilo no aspecto inflacionário.
No que diz respeito aos alimentos, elemento que impulsionou o IPCA em março, houve uma desaceleração em relação ao mês anterior, principalmente devido aos alimentos in natura. Outros grupos do IPCA se mantiveram estáveis. O índice de difusão de preços também apontou uma redução, sinalizando uma menor pressão inflacionária, o que é considerado uma boa notícia.
Entretanto, as perspectivas futuras são motivo de preocupação. Braz aponta que a coleta de preços de alimentos em abril não mostra sinais de desaceleração, indicando possíveis aumentos. Além disso, o aumento nos preços dos medicamentos e a incerteza em relação aos combustíveis, pressionados pelo aumento do preço do petróleo, são fatores a serem monitorados. A possibilidade de uma mudança nos valores da gasolina e do diesel devido à variação do preço do petróleo internacional também está em pauta, podendo impactar a inflação no país.
De acordo com especialistas, o aumento nos preços dos remédios e uma possível elevação no valor dos combustíveis podem provocar um aumento na inflação, levando-a a atingir níveis superiores aos registrados em março. Se o índice de inflação ficou abaixo de 0,2% recentemente, a previsão é que ele possa chegar próximo de 0,4% no próximo mês.