A Controladoria-Geral da União (CGU) iniciou processos administrativos disciplinares (PADs) contra três servidores da Polícia Federal cedidos à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), de acordo com publicação no Diário Oficial da União (DOU) de 11 de abril.
Dois dos servidores estão afastados de suas funções por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em função de uma investigação relacionada a um suposto esquema de espionagem ilegal conhecido como “Abin paralela”.
A CGU informou que os servidores da PF serão investigados nos PADs, com prazo de conclusão de 60 dias, prorrogáveis por igual período.
Os servidores da PF em questão são Marcelo Araújo Bormevet, Felipe Arlotta Freitas e Eliomar da Silva Pereira, suspeitos de se ausentarem por mais de 60 dias enquanto cedidos à Abin entre 2021 e 2022.
Marcelo Araújo Bormevet é agente da PF desde 2005, enquanto Felipe Arlotta Freitas e Eliomar da Silva Pereira são policiais federais desde 2006 e delegados da PF desde 2003, respectivamente. Os dois primeiros estão suspensos de suas funções no momento.
As investigações indicam que uma organização criminosa teria infiltrado na Abin para realizar espionagem ilegal contra opositores do clã Bolsonaro, utilizando o software FirstMile. Esse esquema sem autorização judicial teria ocorrido durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e de Alexandre Ramagem, que foi chefe da Abin entre 2019 e 2022.