A conscientização sobre os danos do consumo excessivo de açúcar na saúde tem aumentado, porém os casos de obesidade continuam crescendo, especialmente entre crianças e adolescentes. Estimativas apontam que mais de um bilhão de pessoas sofrem com obesidade, condição que pode desencadear diversos problemas de saúde.
As diretrizes internacionais recomendam limitar o consumo de açúcar adicionado a menos de 10% da ingestão calórica diária. O açúcar, mesmo presente em alimentos sem adição direta, é transformado em glicose no organismo, sobrecarregando-o com energia sem valor nutricional. O consumo em excesso está associado a doenças como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e hipertensão.
Além dos impactos físicos, o consumo elevado de açúcar também afeta a saúde mental, prejudicando o funcionamento cerebral. A inflamação e o estresse oxidativo provocados pelo açúcar podem agravar sintomas de transtornos do humor, como a depressão. A relação entre serotonina, neurotransmissor responsável por regular funções como sono e humor, e o intestino é crucial, sendo que uma alimentação rica em açúcar pode interferir nesse equilíbrio.
Estudos mostram que uma dieta ocidental, com alto consumo de alimentos industrializados e baixa qualidade nutricional, está associada ao aumento da ansiedade. Além disso, para muitas pessoas, o açúcar pode se tornar uma substância viciante, desencadeando um ciclo de desejo constante. Pesquisas evidenciam que o açúcar pode ativar regiões do cérebro relacionadas ao prazer de forma mais intensa do que drogas como a cocaína, impactando o controle sobre o consumo.
Em um estudo realizado em Princeton em 2008, foi observado que ratos podem desenvolver dependência de açúcar, apresentando padrões semelhantes aos vícios humanos, como compulsão alimentar e abstinência. Além disso, o consumo de alimentos processados está relacionado a doenças crônicas. Dietas ricas em açúcar afetam negativamente o hipocampo, região do cérebro responsável pela memória.
Uma pesquisa de 2017 publicada na revista Scientific Reports destacou que indivíduos com alto consumo de açúcar têm maior probabilidade de serem diagnosticados com transtornos mentais. O aumento da glicose sanguínea também prejudica os vasos sanguíneos e pode levar a danos cerebrais progressivos em diabéticos, afetando funções cognitivas, aprendizado e memória.
Assim, é fundamental buscar uma reeducação alimentar, priorizando o consumo de frutas e alimentos saudáveis para satisfazer os desejos por doces. Evitar alimentos com açúcar adicionado é crucial não apenas para a estética, mas, principalmente, para a saúde integral do organismo. A nutricionista Thaiz Brito ressalta a importância desse cuidado com a alimentação para promover uma vida mais saudável e equilibrada de dentro para fora.