Esquemas fraudulentos utilizam empresas fantasma para lucrar com contratos milionários do Exército

Empresas controladas por laranjas ganharam R$ 18,2 milhões em contratos com o Exército Brasileiro no último ano. Elas são formalmente registradas em nome de jovens de 20 e 21 anos, porém são controladas por um empresário e um contador investigados por fraudes em licitações em outros órgãos públicos.

Essas empresas participaram de 157 licitações do Exército, algumas vezes competindo entre si. Os contratos assinados são para fornecer equipamentos militares, como barracas, capacetes e cantis.

Um ex-sócio confirmou o uso de laranjas e confessou à Justiça. Ele afirmou que essas empresas são criadas para obter contratos com o Exército ou para dar cobertura a outras empresas em licitações, simulando uma concorrência. Segundo ele, as empresas são controladas por um empresário conhecido por seu envolvimento no escândalo do mensalão.

O contador responsável por abrir essas empresas possui um histórico de investigações e já foi condenado por abrir empresas em nome de laranjas para direcionar contratos públicos. Ele também é sócio ou está ligado a algumas das empresas em questão.

Dentre as empresas envolvidas, destaca-se a Duas Rainhas, que se tornou a maior fornecedora de bens materiais do Exército com um contrato de R$ 9,2 milhões para fornecer macacões às tropas. A empresa teve seus atestados de capacidade técnica assinados por empresas ligadas ao contador. Além disso, o contador assina os balanços contábeis da empresa.

Em resumo, empresas em nome de laranjas ganharam milhões em contratos com o Exército Brasileiro, sendo controladas por um empresário e um contador investigados por fraudes em licitações. Essas empresas participaram de licitações do Exército, muitas vezes competindo entre si, e alguns ex-sócios confirmaram o uso de laranjas. O contador está envolvido em várias empresas abertas por ele mesmo e possui um histórico de investigações e condenações por abrir empresas em nome de laranjas para direcionar contratos públicos. A Duas Rainhas se destacou como maior fornecedora de bens materiais do Exército e teve seus atestados de capacidade técnica assinados por empresas ligadas ao contador.

O Exército Brasileiro firmou contratos milionários com duas empresas, Duas
Rainhas e Camaqua, ambas possuindo um jovem de 22 anos do Rio de Janeiro
como sócio. Atualmente, o único controlador das duas é um rapaz de 20 anos
de Blumenau.

Na licitação, a Duas Rainhas fechou um contrato de fornecimento de 170
barracas de acampamento, com valor total de R$ 2,3 milhões. Cada barraca
custou R$ 13 mil e possui seis metros de comprimento por seis de largura.
Já a Camaqua forneceu cantis, capacetes, coldres e canecos de metal por
R$ 580 mil.

A Nova Prata, representada por Romildo, competiu com a Camaqua em duas
licitações do Exército. No entanto, a Nova Prata possui um histórico
negativo, com um sócio condenado criminalmente por participar de um esquema
para evitar o pagamento de impostos.

Outra empresa envolvida é a Comercial Maragatos, que teve um sócio
anteriormente envolvido no esquema de laranjas. Esta empresa foi
responsável por contratos no valor de R$ 3 milhões com o Exército. Desde
sua abertura, a Maragatos já teve vários sócios e CNPJs, além de ter
participado de 49 licitações do Exército.

Apesar desses contratos com empresas ligadas a Romildo, o Comando do
Exército possui contratos muito maiores em seu orçamento de R$ 53,26
bilhões. No entanto, algumas dessas empresas têm sido usadas para
encobrir outras pertencentes a terceiros. O contador envolvido no esquema
foi condenado por essa prática e está sendo investigado.

As empresas de Romildo foram abertas a pedido do empresário Artur Wascheck,
que possui outras empresas no mesmo ramo de fornecedores do Exército. Wascheck
ficou famoso por seu envolvimento no escândalo de licitações nos Correios e
foi preso em 2007. Uma das empresas de Wascheck foi penalizada pelo governo
federal. Registros e e-mails comprovam a relação entre Wascheck e as empresas
de Romildo.

Com base nesses fatos, surge a necessidade de investigações mais aprofundadas
sobre as relações entre essas empresas e possíveis irregularidades nas licitações
do Exército. O interesse público exige transparência e responsabilidade
nas ações do governo.

O Exército Brasileiro está respondendo a acusações de supostas irregularidades em processos de licitação para fornecimento de materiais. Segundo uma apuração feita por um veículo de notícias, um dos envolvidos não quis comentar o assunto, enquanto outro não foi localizado.

De acordo com o Exército, a seleção de empresas segue as leis de licitações e contratos, com ênfase nos princípios da administração pública, como legalidade e impessoalidade. A escolha da empresa vencedora é baseada no menor valor oferecido e na qualidade dos materiais fornecidos.

Após a entrega dos produtos, as organizações militares contratantes podem fazer a liquidação da nota fiscal e efetuar o pagamento, de acordo com a legislação vigente.

O Exército ressalta que está apurando os dados precisos sobre os certames em questão e se compromete com a transparência na prestação de informações à sociedade.

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