O INSS está investigando a prática de descontos em aposentadorias feitos por associações diretamente na folha de pagamento dos beneficiários. A investigação ampliou-se para incluir todas as entidades que estabeleceram acordos de cooperação técnica desde o início de 2023. O chefe da Diretoria de Benefícios do INSS, André Fidelis, é responsável por habilitar essas entidades, e medidas preventivas estão sendo adotadas para evitar novos descontos indevidos.
Segundo informações obtidas, houve um aumento significativo no faturamento e número de filiados das associações entre 2023 e 2024, chegando a arrecadar mais de R$ 2 bilhões nesse período. O Tribunal de Contas da União identificou falhas nos controles que permitem os descontos indevidos e pressionou o INSS a tomar medidas para coibir os abusos. Na justiça, há condenações contra essas entidades pelos descontos indevidos em aposentadorias.
Em resposta, o INSS bloqueou novos descontos associativos até que a biometria seja implementada para a filiação de aposentados às entidades. Após uma intervenção acionada pela Lei de Acesso à Informação, um acesso exclusivo a dados detalhados revelou o crescimento expressivo do faturamento dessas entidades, que realizam descontos diretamente nas folhas de pagamento dos aposentados do INSS.
O Metrópoles obteve essas informações após recurso à Controladoria Geral da União e decisão da Ouvidoria do INSS, contrariando a tentativa da Diretoria de Benefícios de ocultar os dados relacionados às entidades em questão.
