Após mais de sete anos de investigações, a Procuradoria-Geral da República recomendou ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento de um inquérito que apurava o senador Renan Calheiros e o ex-senador Romero Jucá por suposto recebimento de propina da Odebrecht. Segundo a PGR, não foi possível comprovar de maneira concreta a solicitação ou recebimento de dinheiro ilícito por Renan, dando base para o arquivamento do caso.
O inquérito foi iniciado a partir de delações premiadas da Odebrecht, que levantaram suspeitas de que Jucá teria recebido, em 2014, junto com Renan, R$ 5 milhões do departamento de propinas da Odebrecht. A suposta contrapartida seria o favorecimento na aprovação de uma Medida Provisória que beneficiava empresas com atuação no exterior, incluindo subsidiárias da empreiteira. No entanto, o Supremo Tribunal Federal invalidou as provas apresentadas pela Odebrecht em seu acordo de delação, incluindo sistemas usados para gerenciar pagamentos ilícitos.
Paulo Gonet, procurador-geral da República, destacou que os elementos de prova apresentados pelos delatores da Odebrecht, embora tenham sido suficientes para iniciar a investigação, não foram capazes de comprovar os crimes imputados, o que inviabiliza a apresentação de uma denúncia. O ministro Edson Fachin, relator do inquérito, já havia rejeitado um pedido da PGR por prorrogação das diligências em fevereiro, encerrando um ciclo de sete anos de investigação que contou com a atuação de quatro procuradores-gerais da República.