Uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) revelou a vida extravagante de um acusado de liderar um esquema de fraude milionária em contratos públicos em benefício de empresas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O indivíduo, conhecido como Latrell Brito, é alvo de denúncia por desviar ao menos R$ 200 milhões e está atualmente foragido. O dinheiro obtido ilegalmente era destinado a luxuosas viagens internacionais, festas regadas a bebidas caras e até mesmo a poupança milionária para custear a faculdade de sua filha.
O esquema desvendado envolve uma série de fraudes em licitações em diversas cidades de São Paulo, usando empresas de fachada e o pagamento de propinas a agentes públicos por meio de Pix ou dinheiro vivo. Outros envolvidos também se beneficiavam das regalias, conforme apontado na denúncia apresentada pelo MPSP. Latrell, segundo a promotoria, frequentemente exibia sinais de riqueza adquirida ilicitamente, como demonstrado em suas redes sociais, onde compartilhava suas viagens pela Europa e América.
Nas postagens, chamadas de “Vida de Brito”, Latrell e seu sócio Márcio Zeca da Silva, outro membro do esquema, eram vistos participando de festas luxuosas em locais sofisticados, como um condomínio de alto padrão em Bertioga, no litoral paulista. Márcio, apontado como elo do grupo com o PCC, foi preso em posse de cocaína em 2021, e é descrito pela promotoria como levando um estilo de vida luxuoso, com propriedades e carros de luxo.
Alguns dos envolvidos foram vistos celebrando em redes sociais após conseguirem fraudar um pregão em Itatiba, em um restaurante, com uma garrafa de champanhe. A denúncia ressalta que, enquanto desfrutam dos valores desviados das licitações fraudulentas, os implicados ostentam em mídias sociais e comemoram juntos, evidenciando um padrão de vida incompatível com suas atividades legais.
De acordo com o Ministério Público de São Paulo, foi descoberto um esquema de fraude atribuído ao PCC envolvendo 17 pessoas. Um dos investigados possui um patrimônio significativo, incluindo imóveis em Suzano, Guarulhos e Mogi das Cruzes. O MPSP também encontrou evidências de que o acusado separou um montante de R$ 1 milhão para a faculdade de medicina de sua filha adolescente, em precaução a uma possível prisão.
A investigação revelou que quatro vereadores, Flavio Batista de Souza, Gabriel dos Santos, Ricardo de Oliveira e Luiz Carlos Alves Dias, foram denunciados no âmbito da Operação Munditia, desencadeada em abril. Os vereadores representam municípios como Ferraz de Vasconcelos, Arujá, Cubatão e Santa Isabel. O artigo não conseguiu contato com os envolvidos para comentar o assunto.
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