Um levantamento recente revelou que quase metade dos domicílios em situação de insegurança alimentar grave no Brasil são liderados por indivíduos com ensino fundamental incompleto. Os dados foram extraídos de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que analisou a segurança alimentar nos lares brasileiros utilizando a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia).
De acordo com o estudo, cerca de 1,5 milhão de domicílios em situação de fome têm como responsáveis pessoas com baixa escolaridade, sendo que mais de 2 milhões dessas casas são chefiadas por indivíduos sem instrução ou com ensino fundamental incompleto. Por outro lado, apenas uma pequena parcela desses lares, cerca de 2,9%, possui líderes com ensino superior completo.
Esses dados evidenciam uma associação entre a insegurança alimentar e a falta de educação formal, levantando questões sobre os impactos dessa relação. Segundo especialistas consultados, a baixa escolaridade pode ser considerada uma das diversas causas da fome, refletindo uma série de outras carências sociais e econômicas.
Nesse contexto, a necessidade de políticas públicas eficazes que abordem questões como educação, saúde, assistência social, habitação e segurança alimentar é enfatizada como forma de combater a insegurança alimentar nas populações vulneráveis e enfrentar as desigualdades sociais que contribuem para a perpetuação desse cenário.
Um estudo realizado pela Universidade Santos (Uniceplac) apontou que o nível de escolaridade tem grande influência no grau de segurança alimentar. Isso se deve à relação direta com a renda familiar, competição com outros gastos e falta de conhecimento sobre hábitos saudáveis. De acordo com a professora responsável pela pesquisa, o conhecimento sobre alimentação saudável é essencial para tomar decisões conscientes e promover uma vida mais saudável.
A educação não apenas impacta a renda, mas também a habilidade das pessoas em fazer escolhas alimentares que contribuam para seu bem-estar. Ter um maior nível de instrução oferece mais autonomia na escolha de hábitos alimentares mais saudáveis, o que é crucial para manter uma rotina de cuidado com a saúde e promover uma melhor qualidade de vida.