Um relatório de 2023 da União das Liberdades Civis para a Europa aponta para uma diminuição da liberdade dos meios de comunicação social em toda a União Europeia, indicando que o cenário está “perigosamente perto do ponto de ruptura” em diversos países. Segundo a entidade sediada em Berlim, essa tendência é fruto de danos deliberados ou negligência por parte dos governos nacionais.
A responsável sénior da entidade, Eva Simon, destaca que a queda na liberdade dos meios de comunicação está diretamente relacionada com o declínio do Estado de Direito e é um padrão comum em regimes autoritários. O relatório também aponta para problemas como concentração da propriedade dos meios de comunicação, falta de transparência na propriedade, ameaças à independência e à estabilidade financeira dos meios de comunicação públicos.
O documento documenta casos de ataques físicos, intimidação, vigilância e violência contra jornalistas em vários países da União Europeia, incluindo França, Alemanha, Grécia e Itália. Jornalistas em países como Croácia, França, Alemanha, Grécia e Itália enfrentaram ataques físicos, enquanto na Hungria e na Eslováquia repórteres foram alvos de abusos por parte de políticos eleitos. A situação é preocupante, com relatos de falta de investigação adequada pela polícia em diversos casos.
O relatório cita o uso de bofetadas, vigilância digital e pressões legais como ferramentas utilizadas contra jornalistas em vários países europeus. Além disso, a concentração da propriedade dos meios de comunicação em países como Croácia, França, Hungria, Polônia, Países Baixos e Eslováquia aumenta o risco de parcialidade. Jornalistas críticos do governo em alguns países foram inclusive excluídos de eventos oficiais ou impedidos de acessar informações essenciais.