Uma paciente de 45 anos diagnosticada com esclerose múltipla, residente no Distrito Federal, enfrenta a escassez de remédios essenciais para o tratamento da doença. A falta de estoque do medicamento necessário na Farmácia de Alto Custo da região tem levado a uma deterioração progressiva em sua capacidade de fala, devido à impossibilidade de receber o tratamento adequado.
A situação não é única, já que cerca de 300 pacientes na capital brasileira dependem do mesmo medicamento contra a esclerose múltipla. O desabastecimento não se restringe ao DF, afetando pacientes em todo o país. A paciente em questão migrou da Venezuela há 7 anos e não tem condições financeiras para adquirir o fármaco, que custa mais de R$10 mil por caixa, essencial para o controle dos sintomas e progressão da doença.
A paciente expressou sua frustração com a falta de informações sobre a reposição do estoque, que já a impede de obter novas doses do medicamento há um mês. O agravamento de sua condição é evidente, com dificuldades cada vez maiores na fala. Outros pacientes também são afetados pela ausência do remédio, resultando em atrasos nos tratamentos necessários para o controle da esclerose múltipla.
A falta de planejamento no Sistema Único de Saúde (SUS) é destacada por outra paciente diagnosticada com a mesma doença, que ressalta a importância de uma programação adequada para garantir o fornecimento contínuo dos medicamentos. Com o Natalizumabe em falta, pacientes como ela sofrem com a possibilidade de efeito rebote, tornando os sintomas ainda mais agressivos caso o tratamento não seja mantido.
A presidente da Associação de Pessoas com Esclerose Múltipla (Apemigos) destaca a gravidade da situação, afirmando que a falta recorrente do medicamento compromete diretamente ou indiretamente cerca de 30 mil pacientes com o mesmo diagnóstico em todo o país. A esclerose múltipla é uma doença progressiva, que requer tratamento contínuo para evitar complicações ainda maiores.
Além do Natalizumabe, o Alentuzumabe é apontado como uma alternativa ao tratamento, porém também se encontra em falta no DF devido a supostos atrasos na reposição do estoque pela Secretaria de Saúde. Oficialmente, apenas 30 pacientes estão cadastrados para receber o tratamento alternativo, intensificando a situação de escassez de medicamentos necessários para o controle da doença.
O Ministério da Saúde anunciou a previsão de entrega do Natalizumabe à Secretaria de Saúde do DF, reforçando seus esforços para manter o abastecimento regular dos quantitativos necessários aos estados e distritos. No entanto, a Secretaria de Saúde negou a falta do Alentuzumabe, contradizendo a informação oficial sobre a escassez do medicamento alternativo.
O Ministério da Saúde está finalizando a aquisição de novos lotes do Natalizumabe, conforme informado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal. O medicamento é fornecido pelo Ministério da Saúde e o DF possui 268 pacientes cadastrados para recebê-lo. A SESDF mantém contato constante com o Ministério da Saúde para monitorar os estoques da medicação.
Além do Natalizumabe, a secretaria esclareceu que o Alentuzumabe também está sendo adquirido e fornecido pelo Ministério da Saúde. Há 30 pacientes em tratamento ativo com este medicamento e é aguardado o recebimento do estoque adquirido para nova distribuição aos estados. O tratamento com Alentuzumabe é anual e ainda há medicamento em estoque para atender aos pacientes do DF.
As equipes estão disponíveis nas três Farmácias de Alto Custo do DF (Asa Sul, Gama, Ceilândia) para fornecer informações adicionais sobre os medicamentos. Para ficar por dentro de mais notícias locais, é possível seguir o perfil no Instagram e receber atualizações pelo Telegram. Denúncias e sugestões de reportagens sobre o Distrito Federal podem ser feitas através do WhatsApp da publicação.