Uma reviravolta na vida de Vera Lúcia Duarte, 65 anos, iniciou-se em 2003, após um acidente de trabalho que desencadeou uma série de diagnósticos de câncer. O incidente, inicialmente uma lesão na coluna, evoluiu para um fibrossarcoma no fêmur, um tipo de tumor raro e agressivo. Após receber a notícia do câncer, a recomendação de três médicos foi a amputação da perna afetada, porém, Vera decidiu buscar alternativas.
Com determinação, Vera recusou a amputação e buscou outra opinião médica que propôs um tratamento à base de medicamentos, sem intervenção cirúrgica radical. Iniciou então um processo de quimioterapia, radioterapia e fisioterapia, que gradativamente diminuiu o nódulo cancerígeno, permitindo que ela mantivesse sua perna.
A batalha de Vera contra o câncer não parou por aí. Ao longo dos anos seguintes, a doença se disseminou por diversos órgãos, passando por metástases em locais como fígado, tireoide, ovário e colo de útero. Progressivamente, ela enfrentou novos diagnósticos da doença, atingindo regiões como pleura, pulmão, cabeça, ouvido e vagina, sendo submetida a várias cirurgias e tratamentos.
Mesmo diante de 15 diagnósticos de câncer ao longo de 21 anos, Vera nunca interrompeu o tratamento de quimioterapia. Atualmente, além de sua batalha pessoal contra a doença, a nutricionista dedica-se a apoiar outros pacientes em suas jornadas contra o câncer, destacando a importância da detecção precoce da doença.
O oncologista Bernardo Garicochea ressalta a complexidade do surgimento e disseminação de células cancerosas e metástases, destacando a necessidade de um acompanhamento médico preciso e atento para identificar e tratar precocemente as mutações celulares. O caso de Vera é um exemplo de resiliência e determinação diante de um desafio tão grande como o câncer, demonstrando que a esperança e a luta podem ser aliadas poderosas no enfrentamento da doença.
Uma célula alterada pelo câncer transforma-se em uma ameaça ao organismo, modificando o ambiente ao seu redor para sobreviver, multiplicar-se e resistir ao sistema imunológico. A detecção precoce é fundamental para combater a doença, já que o câncer pode adquirir mais mutações com o tempo, tornando as células mais resistentes. Exames regulares podem identificar alterações iniciais, aumentando as chances de cura para quase 100%.
Cada tipo de câncer requer tratamentos específicos, levando em consideração a fase da doença, características do paciente e suas condições clínicas. O risco de desenvolver novos cânceres é maior em pacientes previamente tratados, especialmente com quimioterapia. A prevenção e cuidados adequados são essenciais para garantir a eficácia do tratamento.
Vera, uma sobrevivente de câncer, assumiu a presidência de uma ONG que auxilia pessoas afetadas pela doença. Com dedicação e amor, busca acolher pacientes e acompanhá-los em seus tratamentos. A experiência de enfrentar o câncer transformou sua perspectiva de vida, levando-a a valorizar cada momento e se dedicar ao apoio aos outros. Apesar dos desafios pessoais, encontra motivação em fazer a diferença na vida daqueles que estão passando pela mesma batalha.