A repercussão do caso envolvendo um agente de custódia da Polícia Civil do Distrito Federal vem causando impacto na vida de algumas mulheres. Uma mulher de 30 anos, que preferiu não se identificar, relatou ter sido mantida em cárcere privado por 16 horas na casa do agente. Ela alega ter sido privada de comida e sobreviveu apenas com água da torneira. O incidente teria ocorrido depois de um encontro entre os dois em um bar.
A vítima teria conhecido o agente em um bar no Guará e eles continuaram conversando por alguns dias depois disso. Ela descreveu-o como educado e sensível, mas mencionou também que ele se vangloriava por ser parte da Polícia Civil. No dia do ocorrido, o agente a buscou em casa utilizando uma caminhonete branca oficial da corporação.
Durante o encontro, a mulher afirma que começou a se sentir desconfortável com as “investidas” do agente, que teria tentado beijá-la mesmo após sua recusa. Ele também teria tido acesso a informações confidenciais sobre o histórico policial da vítima. No final da noite, o agente a convidou para ir até sua casa e ela aceitou, pensando que não haveria problemas.
Já na casa do agente, a situação teria se tornado violenta. Ele teria a enforcado e forçado a vítima a ter relações sexuais com ele. A mulher alega ter pedido para ser levada de volta para casa ou chamar um Uber, mas o agente se recusou e a manteve trancada por 16 horas na residência. Durante esse tempo, ela afirma que só teve acesso à água da torneira para se hidratar.
A polícia foi envolvida no caso quando o agente levou a vítima de volta para casa em um carro policial. A mulher decidiu não registrar um boletim de ocorrência na época, mas ao ver o rosto do agente estampado nas notícias recentes, ela optou por compartilhar sua história e se posicionar.
Além desse caso, outra mulher, uma massoterapeuta de 34 anos, veio a público denunciar um caso de assédio envolvendo o mesmo agente. Em março deste ano, ela teria procurado a delegacia em que o agente trabalha para denunciar um incidente de importunação sexual. A denúncia foi encaminhada para a Corregedoria-Geral de Polícia.
As denúncias contra esse agente de custódia da Polícia Civil do Distrito Federal levantam sérias preocupações sobre a segurança e conduta dos agentes policiais. É fundamental garantir que sejam tomadas medidas adequadas para investigar e punir os responsáveis por esses atos de violência e abuso de poder.
Em abril deste ano, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que a 4ª Delegacia de Polícia se pronunciou sobre uma reclamação e que o caso estava sendo investigado. O agente policial de custódia da PCDF possui um histórico de violência contra a mulher, incluindo uma denúncia feita pela sua então companheira, uma sargento do Corpo de Bombeiros do DF (CBMDF), em 2018. A vítima relatou que o policial é possessivo, ciumento e tem problemas com álcool. No dia da agressão, ele chegou em casa embriagado e agressivo, usando violência física contra a sua companheira. Além disso, o agente já foi flagrado agredindo uma mulher em um bar, e acabou atirando no pé de uma delegada que interveio na situação. Após a prisão em flagrante, o caso foi encaminhado para a investigação pela Corregedoria-Geral de Polícia (CGP).
A reportagem entrou em contato com a defesa do agente de custódia da PCDF, mas eles se recusaram a comentar sobre o caso em andamento.