O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou o governo do ex-presidente Lula pela proposta de reoneração da folha de pagamentos de diversos setores da economia. Bolsonaro se juntou a sindicatos, patrões e parlamentares que pedem a devolução ou rejeição dessa medida. De acordo com Bolsonaro, Lula está ignorando o Congresso ao propor mais impostos através dessa medida provisória. Ele também criticou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que ele segue a linha de Paulo Freire, com a ideia de “menos vacas, mais leite”. O governo atual alega que a desoneração da folha é inconstitucional e só beneficia cidades com até 142 mil habitantes, o que vai contra a isonomia federativa. A ampliação dessa desoneração teria um impacto de R$ 20 bilhões nas contas públicas no próximo ano, o que vai contra os esforços para alcançar um déficit fiscal zero. A desoneração da folha começou em 2011, no governo de Dilma Rousseff, com o objetivo de estimular a geração de empregos. Ela consiste na redução dos encargos trabalhistas pagos por empresas de alguns setores. Atualmente, 17 setores da economia são beneficiados por essa desoneração, incluindo indústrias têxtil, de calçados, construção civil e transporte rodoviário. Esses setores empregam cerca de 9 milhões de trabalhadores. A medida provisória proposta pelo governo se sobrepõe à lei que estendia a desoneração até 2027, mas a desoneração continuará válida até abril de 2024.