O ano de 2024 iniciou com consequentes resquícios dos conflitos ocorridos no ano anterior, tais como a guerra entre Rússia e Ucrânia, e entre Israel e o grupo extremista palestino Hamas. Infelizmente, esses confrontos continuam causando a morte de milhares de civis e militares, além da destruição de prédios e cidades, exacerbando as crises humanitárias.
A falta de ação e posicionamento por parte de organizações internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU, a União Europeia e a Otan, sugere que os conflitos irão persistir ao longo de 2024. De acordo com Denilde Holzhacker, especialista em relações internacionais, quando os Estados não conseguem chegar a um consenso, tais organizações não podem desenvolver um plano de ação conjunto.
Segundo Holzhacker, este novo ano será marcado por grande instabilidade, com destaque para as duas “grandes guerras” em curso e possíveis focos de tensão em outras regiões, como no Iêmen, Azerbaijão e Armênia, que podem evoluir para conflitos de baixa intensidade ou instabilidade crescente.
O conflito entre Rússia e Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022 com a invasão das tropas russas ao território ucraniano, já dura mais de um ano e não há perspectivas de uma trégua. Essa guerra afeta a economia e segurança globais devido à sua proximidade com importantes potências europeias.
De acordo com estimativas do The New York Times, os números de mortos e feridos nos dois países chegam a cerca de 500 mil pessoas, embora os números oficiais sejam mantidos em sigilo por ambos os países.
No que diz respeito à guerra entre Israel e o grupo Hamas, que iniciou em outubro de 2023, esse já é o conflito humanitário mais mortal da região até o momento. Até dezembro do mesmo ano, mais de 20,8 mil pessoas, entre palestinos e israelenses, foram vítimas desse confronto.
O conflito teve início com a invasão surpresa do grupo extremista ao território israelense, com o objetivo de reaver a área da Palestina histórica e estabelecer um estado muçulmano independente.
No território ocupado da Cisjordânia, mais de 8 mil pessoas estão desaparecidas e ao menos 301 pessoas, incluindo 72 crianças, já foram mortas. Enquanto isso, em Israel, cerca de 1.139 pessoas perderam a vida e mais de 8.730 ficaram feridas.
Em meio a várias tentativas de cessar-fogo intermediadas por diferentes governos, como Catar, Egito e Estados Unidos, Israel anunciou que irá remover parte de suas forças militares da Faixa de Gaza, após a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária.
No entanto, o governo israelense não demonstra intenções de retirar completamente seus soldados da região ou de conceder um cessar-fogo. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu previu que o confronto armado pode durar “muitos mais meses”. Ele afirmou que continuará a guerra em todas as frentes até alcançar os objetivos desejados.
Netanyahu também ameaçou o grupo Hezbollah, afirmando que, se avançarem ao norte de Israel, sofrerão ataques intensos. Ele fez a mesma ameaça ao Irã.
A expectativa para 2024 não é positiva, segundo análises. Especialistas afirmam que a questão humanitária deve persistir e que novas negociações de cessar-fogo por parte dos Estados Unidos podem ser adiadas devido às eleições presidenciais e a questões internas.
A situação da guerra entre Israel e Hamas tem impactado diretamente a vida das pessoas na Faixa de Gaza, resultando em imagens de destruição, crianças entre os escombros e deslocamentos.