Na noite de terça-feira (15/5), uma reunião entre Lula e Jean Paul Prates resultou na demissão do ex-senador petista da presidência da Petrobras. O encontro, que teve a presença dos ministros Rui Costa e Alexandre Silveira, foi caracterizado como um dos momentos mais difíceis para ambos os lados. Prates expressou sentir-se humilhado com a situação.
Lula convocou Costa e Silveira, que há meses pressionavam pela demissão de Prates, sem explicar ao ex-presidente da Petrobras a presença dos ministros. Outros membros do círculo de confiança de Lula, como Fernando Haddad e Alexandre Padilha, não foram informados da decisão previamente. A demissão já estava decidida há semanas, mas a forma como foi comunicada pegou Prates de surpresa e gerou desconforto.
No momento da comunicação da demissão, Lula apontou diferenças de visão entre ele e Prates em relação à importância da Petrobras para o Brasil. Prates respondeu, destacando sua contribuição na redação do programa de energia e petróleo do governo de 2022. Ele argumentou que sua visão era baseada nos ensinamentos de Lula ao longo do tempo.
Entre os pontos que levaram à demissão, Lula mencionou a crise na distribuição de dividendos da Petrobras em março, citando a abstenção de Prates nessa questão como fator relevante. Mais uma vez, Prates defendeu sua postura, garantindo que não havia intenção de confrontar Lula. A situação revelou desgastes internos e discordâncias fundamentais sobre a gestão e os rumos da empresa estatal.
Recentemente, foi explicado que a decisão de não votar alinhado com a União foi baseada em uma recomendação técnica. O objetivo era garantir que a proposta da diretoria executiva, representada no conselho pelo presidente da empresa, não fosse prejudicada.
O presidente Lula revelou que escolheu não revelar antecipadamente a demissão, pois, em uma situação anterior envolvendo o ex-ministro Mercadante, a informação vazou. Interlocutores afirmaram que o ex-senador Prates foi pego de surpresa com a notícia. Embora soubesse que sua posição estava ameaçada há semanas, não esperava ser demitido. Lula destacou a importância do sigilo, citando o ocorrido com Mercadante no passado.
Em um clima tenso, Lula e Prates tiveram uma conversa séria. Prates, ao decidir encerrar o diálogo, mencionou a necessidade de cuidar de sua vida e agradeceu ao presidente. Foi evidente que as relações entre os envolvidos não estavam harmoniosas, com outros presentes apenas observando, sem intervenção direta para amenizar a situação.