O governo de Lula foi criticado por não dar espaço aos representantes do centro que o apoiaram nas eleições. No entanto, nenhum governo dura para sempre, e não foi diferente para Lula. Agora, enfrentando um Congresso reacionário e ganancioso por dinheiro, Lula precisa contar com aliados de diferentes espectros políticos.
Enquanto algumas pessoas afirmam que bolsonaristas estão sendo caçados dentro da administração pública, na verdade, o que ocorre é uma substituição natural de nomes quando há a troca de governo. As Forças Armadas que apoiaram Bolsonaro também não sofreram expurgos.
É curioso que cobrem de Lula um esforço pela pacificação do país, algo que nunca foi exigido de Bolsonaro. Lula sempre foi conhecido por ser um conciliador e, mesmo quando foi deposto da presidência do Sindicato dos Metalúrgicos, negociou reajustes salariais para seus liderados. Ele continua buscando o diálogo com adversários políticos, demonstrando sua esperteza e seu empenho em restaurar uma forma mais elegante de fazer política.
Por outro lado, Bolsonaro recusa-se a conversar com quem pensa diferente dele e, em seu encontro com governadores do Nordeste, limitou-se a falar bobagens sem ouvir suas demandas. Além disso, impôs condições para atender aos pedidos de governadores de oposição, retardando inclusive a compra de vacinas contra a Covid.
Embora Lula critique duramente Bolsonaro, é importante lembrar que a disputa entre os dois não acabou. Na eleição de 1989, Lula foi atacado no programa de propaganda de Collor, mas mais tarde perdoou o ex-presidente. Quem sabe um dia eles não serão vistos juntos? Por enquanto, Lula é chamado de “ladrão de nove dedos” por Bolsonaro, enquanto Lula considera Bolsonaro um aloprado que propagava ódio e não tinha competência para ser presidente.
É evidente que há diferenças significativas entre Lula e Bolsonaro, tanto em suas trajetórias políticas quanto em suas posturas no poder. No entanto, é importante analisar essas diferenças de forma imparcial, sem cair em preconceitos ou visões distorcidas.