O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros líderes de poder se reuniram no Congresso Nacional para um ato em defesa da democracia, marcando um ano desde as invasões aos Três Poderes em Brasília. As sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto foram invadidas e depredadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que não aceitaram a derrota nas eleições de 2022.
O evento contou com a presença dos presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco; do STF, Luís Roberto Barroso; do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do procurador-geral da República, Paulo Gonet. O ministro Alexandre de Moraes, do STF e presidente do TSE, ressaltou a importância da união entre os Poderes para enfrentar os efeitos dos ataques. O ministro destacou que a democracia prevaleceu e enfatizou a importância de não confundir paz e união com impunidade.
O evento contou com a presença de diversas autoridades, como ministros, comandantes das Forças Armadas, governadores, prefeitos, juristas e parlamentares ligados ao governo. A ministra aposentada do STF Rosa Weber, que ocupava a presidência do Supremo durante os atos antidemocráticos, também esteve presente. Estima-se que cerca de 500 convidados tenham participado do evento.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, representando os chefes dos estados, ressaltou a importância histórica do evento e pediu a responsabilização dos autores e financiadores dos ataques antidemocráticos. O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, falou sobre a atuação do Ministério Público na investigação dos responsáveis pelos atos.
O objetivo do evento, segundo o governo federal, foi reafirmar a importância e a força da democracia brasileira e simbolicamente devolver ao patrimônio público os itens depredados durante as invasões. Durante o ato, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, executou o Hino Nacional e após isso os chefes dos Três Poderes apresentaram, em um ato simbólico, a tapeçaria de Burle Marx e o exemplar da Constituição que foram vandalizados e furtados durante as invasões.
Nesta segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início à exposição “Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia”. O presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, abriu a mostra no Hall dos Bustos, com a presença de ministros, autoridades de outros Poderes e convidados.
A exposição, que mostrará a memória do que ocorreu no STF, estará aberta ao público a partir de terça-feira, das 13h às 17h, no térreo do Edifício-Sede da Corte, em Brasília. A iniciativa tem como objetivo preservar a memória institucional da Corte e apresentará cenas que simbolizam a resistência do STF diante do ataque, a retomada das atividades da Casa e os esforços para a reconstrução e restauração do patrimônio do Supremo. O projeto “Pontos de Memória”, que expõe peças danificadas e outros vestígios físicos do ataque, também faz parte da mostra e está instalado em locais de maior circulação de pessoas.
A Câmara dos Deputados também inaugurou uma exposição sobre a invasão de extremistas ao Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023. A mostra, que faz parte dos eventos em alusão ao primeiro ano após os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, é composta por registros fotográficos do dia da invasão, objetos danificados pelos extremistas e objetos restaurados, como os azulejos do painel Ventania, de Athos Bulcão, e presentes protocolares recebidos de países estrangeiros que estavam expostos em vitrines do Salão Verde no dia da invasão.