No final dos anos 1960 em João Pessoa, capital da Paraíba, o orador popular Mocidade era mantido pelo governador João Agripino, que o admirava. Mocidade dormia no Palácio da Redenção e se alimentava lá quando queria. Agripino o considerava inteligente e divertido, mas ficou surpreso ao descobrir que o próprio Mocidade o criticava em manifestações estudantis. Ao confrontá-lo, Agripino perguntou por que ele atacava o governo se era sustentado por ele. Mocidade respondeu que governo só servia para apanhar.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, é uma figura influente e capaz de influenciar a vida dos governantes. Enquanto Bolsonaro está satisfeito com Lira, Lula tem muitas queixas. Recentemente, Lira acionou a Polícia Legislativa contra o influenciador digital Felipe Neto por tê-lo chamado de “excrementíssimo”. Neto argumentou que era uma piada sem intenção de ofender e criticou as ações de Lira como nocivas e reprováveis.
Em outro contexto, Bolsonaro pediu que seu ministro da Justiça me processasse por publicar uma charge de Aroeira o associando à suástica nazista. Tais processos tendem a não resultar em punição, o que provavelmente ocorrerá também com a ação de Lira contra Neto. Recentemente, Lira tem demonstrado sensibilidade, chegando a chamar um ministro de “incompetente” e “desafeto pessoal” para depois reverter sua posição após um encontro com Lula. Seu mandato como presidente da Câmara termina em fevereiro, o que pode explicar sua irritabilidade atual.