O deputado Guilherme Boulos foi designado como relator do requerimento de cassação de seu colega, André Janones, no Conselho de Ética da Câmara. A acusação contra Janones envolve a prática de “rachadinha” em seu gabinete, onde ele supostamente solicitava parte dos salários de seus servidores. O pedido de cassação foi feito pelo PL em dezembro de 2023, após a divulgação de áudios que evidenciavam a cobrança ilegal feita pelo deputado. O PL alega que Janones quebrou o decoro parlamentar e se enriqueceu ilicitamente.
Nos áudios revelados, Janones é ouvido em uma reunião ocorrida em 2019, durante seu primeiro mandato como deputado, pedindo aos seus assessores que contribuíssem com parte de seus salários para ajudá-lo a quitar dívidas de sua campanha para prefeito em 2016. Ele menciona ter perdido uma quantia significativa naquela eleição e justifica a cobrança ilegal como uma forma de “reconstruir” seu patrimônio.
A partir dessas denúncias, a Procuradoria Geral de Justiça solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigar o caso. Em fevereiro, o ministro Luiz Fux autorizou a quebra dos sigilos fiscais e bancários de Janones, como parte das investigações em andamento.
As alegações contra Janones envolvendo a “rachadinha” geraram controvérsia e levaram à sua inclusão no Conselho de Ética da Câmara, onde Boulos atuará como relator do processo de cassação. A prática de exigir parte dos salários de servidores, como descrito nas acusações, é considerada ilegal e pode configurar crime de peculato, de acordo com o documento apresentado pelo PL.