As autoridades dos Estados Unidos relataram um aumento significativo no número de pessoas em situação de rua no país. De acordo com os registros, houve um aumento de 70.650 cidadãos nessa condição, representando um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa marca é a mais alta desde que os dados começaram a ser coletados em 2007.
O governo do país atribui esse crescimento da população de rua a fatores como o aumento dos aluguéis e a interrupção dos pagamentos de auxílio durante a pandemia de Covid-19. A secretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Marcia Fudge, ressaltou a urgência de soluções para que essas pessoas possam sair das ruas ou evitar essa condição.
Esse aumento interrompeu uma tendência de redução constante no número de pessoas desabrigadas nos Estados Unidos. Entre 2010 e 2017, houve uma queda de 637 mil para 554 mil pessoas desabrigadas. No entanto, em 2020, esse número voltou a subir para 580 mil e manteve-se em 2022.
Dentro desse aumento geral, a população de veteranos e de famílias com crianças foi a mais afetada, com um crescimento de 7,4% e 15,5%, respectivamente. Pessoas negras representam 37% dos cidadãos em situação de rua, enquanto os hispânicos representam 33%. Um quarto dos desabrigados adultos tem mais de 54 anos de idade.
As áreas mais afetadas pela população de rua estão nos estados da Califórnia, Nova York, Flórida e Washington. Entre esses estados, Nova York registrou o maior aumento, com uma taxa três vezes maior do que a média nacional. Outros aumentos significativos foram observados em New Hampshire, Novo México e Colorado.
O diretor executivo da Coalizão para os Sem-teto na cidade de Nova York afirmou que o aumento do número de pessoas em situação de rua ocorreu por conta da falta de políticas públicas adequadas durante a pandemia de Covid-19.