Crise Yanomami continua a desafiar governo Lula quase 1 ano após a emergência

Quase um ano após o governo Lula decretar estado de emergência e enviar ajuda urgente aos indígenas Yanomami em Roraima, a situação continua crítica na região. O próprio governo reconhece que não deu uma resposta adequada. Em dezembro, Lula se reuniu com representantes do Ministério dos Povos Indígenas e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas para avaliar as ações e mostrou insatisfação. Como resposta, foi criado um plano de ação e Lula determinou que a causa indígena seja tratada como “questão de Estado”. Ficou acordado que o governo irá implementar medidas permanentes e manter uma presença constante na região com as Forças Armadas e a Polícia Federal. No entanto, não foram divulgadas informações detalhadas sobre as soluções para a situação na terra indígena. No período de janeiro a novembro de 2023, mais de 300 indígenas Yanomami morreram, sendo a maioria crianças. O governo Bolsonaro foi acusado por Lula de genocídio e iniciou um trabalho de desintrusão para retirar os invasores da terra indígena, mas o processo não foi concluído. Com a reunião de Lula, o assunto volta a ser pautado e o governo tenta se antecipar às críticas. O ministro da Justiça abriu um inquérito para investigação do genocídio dos Yanomami, que corre em segredo de Justiça. Durante o ano, houve falta de coordenação entre as Forças Armadas e a Funai no atendimento aos indígenas, causando problemas logísticos.

Militares participavam regularmente de reuniões na Funai e no MPI, segundo informações.

A desintrusão envolveu atos de violência, incluindo um incidente em maio, quando garimpeiros atiraram contra indígenas Yanomamis que realizavam um ritual fúnebre no Rio Mucajaí, resultando na morte de um agente de saúde.

No dia seguinte, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) matou quatro garimpeiros que teriam atacado os agentes com armas de fogo.

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