Uma nova pesquisa sobre a incidência do lúpus no Brasil expôs a realidade de que mulheres que sofrem da doença estão enfrentando dificuldades sérias no diagnóstico e tratamento, levando a uma interrupção prematura de suas vidas. A maioria dessas pacientes, de acordo com dados do sistema Datasus do Ministério da Saúde, acaba falecendo antes dos 50 anos, principalmente devido a infecções, problemas renais e cardíacos.
Os estudos apontam que as mortes por infecção, a principal causa de óbito por lúpus no país, podem esconder diagnósticos tardios ou falta de controle da doença. Já as mortes por falência renal podem estar ligadas ao uso inadequado de corticoides, importantes para controlar os sintomas, mas que precisam ser administrados corretamente para evitar efeitos adversos.
Problemas cardíacos também contribuem para as mortes, indicando a importância de cuidados especializados para gerenciar a saúde das pacientes. O diagnóstico precoce e completo é essencial para garantir a melhor abordagem de tratamento e permitir que as mulheres possam discutir opções de saúde com seus médicos.
O lúpus, uma doença autoimune, afeta predominantemente mulheres entre 15 e 44 anos. Durante os surtos da doença, o sistema imunológico produz anticorpos que atacam os próprios tecidos e órgãos do corpo, causando inflamações. A identificação precoce da doença é fundamental para evitar complicações graves, como ataques cardíacos e AVCs, ou doenças crônicas, como a insuficiência renal.
Sintomas como dores articulares e manchas vermelhas na pele, sensibilidade excessiva ao sol, cansaço e queda de cabelo podem indicar o desenvolvimento do lúpus. Além disso, o risco de inflamações em órgãos internos é uma preocupação adicional que requer atenção imediata.
A informação e a assistência médica especializada são essenciais para o tratamento eficaz do lúpus, como relata Eni Maria, que vive com a doença há 38 anos. Ela destaca a importância do conhecimento e do acompanhamento médico para lidar com o diagnóstico e os desafios impostos pelo lúpus em sua vida diária.
Uma mulher de 40 anos diagnosticada com lúpus revelou a necessidade de se mudar para São Paulo em busca de tratamento especializado, já que em sua cidade natal não havia médicos capacitados. Essa mudança resultou em oportunidades significativas para ela, incluindo sua atual posição como coordenadora financeira e de projetos em uma associação voltada para pacientes com lúpus. Além disso, ela participa ativamente de comitês que buscam melhorias nas políticas públicas para pessoas com doenças raras.
A reportagem foi feita durante o evento de lançamento de uma pesquisa em São Paulo, com a jornalista convidada pela AstraZeneca. A história dessa mulher destaca a importância do acesso a cuidados de saúde de qualidade e a luta por direitos e assistência para pacientes com condições raras.
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