O Ministério Público de São Paulo (MPSP) solicitou esclarecimentos referentes ao caso da detida Karen de Moura Tanaka Mori, conhecida como Japa, por ter seu dispositivo de tornozeleira eletrônica acionado pela segunda vez, indicando que ela teria saído da área permitida durante sua prisão domiciliar. A detida é acusada de envolvimento em lavagem de dinheiro relacionado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
O último alerta da tornozeleira ocorreu na terça-feira, permanecendo fora do perímetro autorizado por mais de duas horas. As tentativas de contato feitas pela equipe de monitoramento não obtiveram sucesso, caindo na caixa postal da Japa do PCC. Esta não é a primeira vez que o dispositivo aponta violação às regras da prisão domiciliar, sendo a segunda ocorrência registrada até o momento.
No primeiro episódio, a Japa alegou estar em seu apartamento cumprindo atividades domésticas, no entanto, a SAP confirmou o desvio devido a um erro de transmissão do sinal da tornozeleira, não intencional por parte da monitorada. Já nesta ocasião, o relatório inicial indicou que ela violou a área permitida por mais de uma hora, sendo encaminhado um comunicado ao Judiciário. A defesa da detida ainda não se manifestou sobre o ocorrido.
A investigação envolvendo a Japa do PCC inclui suspeitas de lavagem de dinheiro da facção, com movimentação de R$ 35 milhões após a morte de seu marido, o ex-líder do PCC Wagner Ferreira da Silva, conhecido como Cabelo Duro. A detida é suspeita de herdar bens ocultos do marido e liderar esquemas da facção em várias cidades paulistas, alegando inocência. Sua prisão foi decretada durante uma operação de busca que encontrou uma grande quantia em espécie, dólares, documentos, e um veículo de luxo em sua posse.
Uma mulher, mãe de um filho de 12 anos, foi concedida prisão domiciliar pelo magistrado, que levou em consideração o fato de ela não ser investigada por um crime violento. Apesar dos indícios de autoria contra ela, o juiz baseou-se no Código de Processo Penal para decidir a medida.
Em seu depoimento à polícia, a mulher, que se descreve como uma empresária de sucesso, negou que seu patrimônio tenha origem em atividades criminosas. Ela alegou que construiu sua fortuna a partir de seus próprios negócios no ramo de estética, os quais vendeu após tornarem-se bem-sucedidos. Além disso, afirmou que seu enriquecimento não teve ligação com o marido, que teria falecido sem deixar bens ou dinheiro.
A investigada, graduada em enfermagem, explicou que optou por não depositar o dinheiro em bancos por medo de ser associada ao crime organizado, devido à notoriedade criminosa de seu falecido marido. Ela também justificou o registro de um carro de luxo em nome da tia como forma de evitar infrações de trânsito vinculadas a seu nome. O veículo foi alvo de um pedido policial para utilização, que foi negado pela Justiça.