Neste domingo (17/3), a Operação Lava Jato, símbolo da luta contra a corrupção no Brasil, completa uma década. A investigação revelou esquemas de propina milionários, levando à prisão grandes empresários e políticos, incluindo um ex-presidente. Inicialmente celebrada pela sociedade, a Lava Jato passou a ser questionada por seus métodos, levando seus líderes para a arena política em busca de defesa.
O enfraquecimento da operação contribuiu para a ressurgência política do antigo alvo principal, Luiz Inácio Lula da Silva, que foi eleito presidente pela terceira vez em 2022. A atuação de figuras como Sergio Moro e Deltan Dallagnol gerou controvérsias, destacando a parcialidade e impacto da Lava Jato no cenário político nacional.
A história da Lava Jato marcou profundamente a política brasileira nos últimos 10 anos, influenciando mudanças na legislação, afetando carreiras jurídicas e políticas, e contribuindo para o impeachment de Dilma Rousseff em 2016. O legado da operação dividiu o país entre defensores e críticos, mostrando a complexidade e desafios no combate à corrupção.
Em entrevista recente, Deltan Dallagnol, um dos protagonistas da Lava Jato, destacou o legado de resistência contra a impunidade e a importância do despertar da população para a gravidade da corrupção. Ele salientou que a ação contra poderosos foi um avanço significativo na batalha anticorrupção, demonstrando que é possível enfrentar a corrupção, independentemente da influência dos envolvidos.
A operação ainda enfrenta repercussões das revelações da “Vaza Jato”, divulgadas a partir de junho de 2019. Os diálogos vazados entre o juiz Sergio Moro, Dallagnol e membros da força-tarefa apontaram para a parcialidade de Moro, levando ao pedido de anulação das decisões pelo STF, beneficiando o ex-presidente Lula.
Apesar das polêmicas, Dallagnol mantém que a equipe atuou com profissionalismo e dedicação à Justiça. A Lava Jato enfrenta derrotas no STF e recentemente teve multas suspensas, contestando a conduta de Dallagnol e Moro, mas recuperou quantias significativas para os cofres públicos ao longo dos anos. Relatórios mostram que os acordos de colaboração premiada resultaram na recuperação de mais de R$ 2 bilhões e na homologação de 120 acordos pelos ministros Fachin, Zavaschi e Cármen Lúcia.