De acordo com a especialista Tatiana Casilo, o termo “burnout” foi introduzido na área científica em 1974 pelo psicólogo Herbert Freudenberger. Inicialmente, os sintomas observados eram relacionados à exaustão profissional, tanto física quanto mental. Em 2019, a Organização Mundial de Saúde oficializou o termo como uma síndrome crônica. Desde então, o tema tem se destacado cada vez mais em conversas, redes sociais e estudos científicos.
Um estudo da International Stress Management Association revelou que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de países com maior incidência de burnout, com cerca de 32% da população sofrendo com os sintomas. Embora não seja classificado como doença pelo DSM V, após a oficialização da OMS, o burnout agora é considerado uma síndrome ocupacional crônica e está incluído na nova Classificação Internacional de Doenças.
Os sintomas do burnout envolvem exaustão extrema, perda de perspectivas e pensamentos constantes relacionados ao trabalho. Além disso, podem ocorrer sintomas físicos como dores pelo corpo, cansaço extremo e tonturas.
Embora os sintomas estejam geralmente associados ao trabalho remunerado, tem havido um aumento nas discussões sobre o reconhecimento do burnout em outras áreas, como no trabalho de cuidado não remunerado, principalmente realizado por mulheres.
A especialista explica que não há uma correlação genética confirmada para o burnout, mas estudos indicam que algumas profissões e funções têm maior propensão a causar um estresse extremo. Fatores ambientais e familiares também influenciam diretamente nas percepções e experiências de vida de cada pessoa.
Para Tatiana, o aumento dos casos de burnout se deve principalmente ao impacto das jornadas profissionais e pessoais na vida de cada indivíduo, além da facilidade de acesso à vida dos outros através das redes sociais, que facilita comparações entre diferentes realidades. Ela opina que vivemos em uma época em que não aprendemos a desacelerar, constantemente cobrados para produzir. A pressão de se definir a partir do trabalho e dos resultados obtidos também contribui para a sensação de perdidos e desencontrados.
Em resumo, o burnout é uma síndrome crônica caracterizada pela exaustão profissional, física e mental. O Brasil se destaca como um dos países com maior incidência do problema. Não há uma correlação genética comprovada, mas certas profissões e fatores ambientais podem aumentar o risco. O aumento dos casos de burnout está relacionado às pressões profissionais e pessoais, bem como à facilidade de comparação com outras vidas através das redes sociais.
No mundo atual, muitas pessoas são incentivadas a serem responsáveis por seu próprio sucesso e a buscar sempre o seu máximo desempenho, fazendo com que a ideia de fazer pausas seja vista como irrelevante. No entanto, a psicóloga Tatiana Casilo alerta que isso pode levar ao esgotamento físico e mental.
O aumento dos casos de burnout, um estado de exaustão extrema causado pelo estresse prolongado, está diretamente relacionado ao impacto que as demandas profissionais e pessoais têm na vida de cada indivíduo. Tatiana ressalta que é importante aprender a apreciar o processo de construção em vez de apenas buscar resultados imediatos.
Todos nós precisamos entender que as coisas levam tempo para acontecer e que nem tudo merece a urgência que damos. É essencial questionar como estamos gastando nosso tempo e se estamos conseguindo respirar dentro da nossa rotina ou se ela está nos sufocando.
O diagnóstico de burnout é feito através da observação das queixas do paciente, como cansaço constante, dificuldade para dormir, pensamentos acelerados, dificuldade de planejamento/gerenciamento das demandas e esquecimentos frequentes. É importante ressaltar que é necessário descartar outros problemas clínicos antes de chegar ao diagnóstico de burnout.
No final de ano, muitas pessoas experimentam sentimentos intensos, sejam positivos ou negativos. O encerramento de ciclos e a agitação causada pelas festas e compras podem sobrecarregar nossa agenda e aumentar o risco de burnout.
Para evitar o burnout, a psicóloga recomenda aprender a lidar com as emoções, praticar a autocompaixão e respeitar nossos próprios desejos. Devemos aproveitar os momentos de confraternização, mas também entender que é importante reservar um tempo para si mesmo, se não desejarmos participar de determinados eventos.
Neste fim de ano, é fundamental encontrar um equilíbrio entre participar das festas e cuidar de nossa saúde mental para evitar o esgotamento físico e mental.
É importante valorizar os momentos de pausa em nossas vidas, pois eles são essenciais para continuarmos buscando nossos objetivos. Para enfrentar a temporada de fim de ano sem esgotamento, é recomendado ser mais gentil consigo mesmo, evitar excessos e permitir-se sorrir. Ao encerrar o dia de trabalho, é crucial deixar o que não foi concluído para o próximo dia, sem ficar remoendo. Devemos refletir sobre a importância que damos às coisas e ao tempo, questionando se a pressa é realmente necessária e se podemos encontrar novas perspectivas através do diálogo.
Os erros fazem parte da vida e podem nos ensinar valiosas lições. É importante nos acolhermos e percebermos a beleza das coisas simples do cotidiano, pois é nelas que a vida acontece. Devemos compreender que a busca pelo equilíbrio não envolve perfeição, mas sim flexibilidade para lidar com as mudanças. Se a carga estiver pesada demais, devemos buscar ajuda e não esperar a situação piorar.
Não devemos glamourizar o burnout, pois trata-se de um esgotamento sério e perigoso que pode afetar gravemente nossa qualidade de vida. Não é saudável enaltecer o cansaço excessivo como algo normal. É fundamental reconhecer que precisamos de pausas em nossas rotinas e cuidar de nossa saúde mental. Devemos olhar para nós mesmos e buscar o equilíbrio e bem-estar.