No dia 8 de fevereiro de 2019, um acontecimento trágico no Ninho do Urubu, envolvendo 10 jovens jogadores da base do Flamengo, deixou marcas profundas nas famílias e na comunidade. Essa tragédia ainda ecoa nas lembranças de todos e se tornou parte dos rituais de homenagem durante os jogos do time carioca.
Uma das formas de homenagear as vítimas é através da música “Azul da cor do Mar”, de Tim Maia, entoada por parte da torcida em memória dos jovens falecidos. A letra da canção expressa o desejo de tê-los presentes honrando o manto do Flamengo, mantendo viva a paixão pelo clube.
A Netflix lançou o documentário “Ninho: Futebol e Tragédia”, composto por três episódios, que retrata as sensações e emoções dos familiares e torcedores diante da perda irreparável. O diretor Pedro Asberg buscou evidenciar o ocorrido e manter a memória viva para que não caísse no esquecimento.
O cineasta destaca que, mesmo após cinco anos, o processo ainda está em aberto, sem responsabilizações claras pelas mortes dos 10 jovens. A série expõe falhas e avisos prévios sobre as condições inadequadas do alojamento, evidenciando que a tragédia poderia ter sido evitada.
Os depoimentos dos pais e mães das vítimas buscam aproximar o espectador da dor e da perda, humanizando as histórias por trás dos números. Além disso, a série destaca sobreviventes que, mesmo tendo escapado fisicamente, carregam sequelas emocionais significativas.
O documentário também ressalta a importância de reconhecer o papel de indivíduos como o segurança Benedito, que ajudou a salvar vidas naquela fatídica madrugada. Através de relatos e imagens antigas, a produção busca não apenas recordar a tragédia, mas dar voz e rosto às vítimas, tornando suas histórias mais presentes e impactantes para o público.
Recentemente, um laudo médico divulgado trouxe à tona o impacto emocional sofrido por um profissional de segurança em um incidente específico. Esse relatório confirmou que ele não pode mais desempenhar suas funções devido ao trauma vivido naquela noite. Além disso, ele está atualmente envolvido em um processo judicial contra o Flamengo em relação ao ocorrido, conforme revelado na repercussão da situação.
O autor do conteúdo buscou ouvir não só os relatos das famílias e sobreviventes, mas também a posição do clube envolvido. No entanto, ele destacou que os representantes do Flamengo optaram por não se manifestar, criando assim uma lacuna na cobertura do assunto. Apesar dos esforços para estabelecer diálogo com pessoas da diretoria atual e antiga, nenhuma resposta foi obtida.
Vale ressaltar que, conforme revelado na série em questão, o clube estava ciente dos riscos associados à situação retratada, mas, mesmo assim, optou por manter os jovens naquela determinada área, o que levanta questões sobre a responsabilidade e as decisões tomadas na ocasião.
O responsável pela produção da série compartilhou seus sentimentos ao abordar o tema sensível. Ele descreveu a experiência como uma mistura de tristeza e honra, destacando a importância de transmitir a história da melhor maneira possível, apesar dos desafios emocionais e técnicos envolvidos. Foi uma tarefa que demandou superação da dor e das dificuldades para retratar fielmente os eventos ocorridos.