O projeto Radam, criado no governo Geisel, utilizou um avião equipado com radar para coletar dados sobre recursos naturais na Amazônia, revelando informações valiosas sobre a região. Isso levou à abertura de estradas e iniciou um processo de colonização na Amazônia, resultando em conflitos entre os povos indígenas e os colonizadores. A descoberta de veios de ouro também atraiu garimpeiros para a região. Houve contato inicial entre os índios ianomâmis e os brancos por meio de missionários, mas a preservação da vida dos índios é uma tarefa difícil dada a imensidão da área. Existem muitas opiniões conflitantes sobre a proteção da floresta e o desenvolvimento da região, mas é necessário equilibrar essas questões. No passado, o governo retirou garimpeiros da reserva ianomâmi com a ajuda das forças armadas.
Transportar comida em helicóptero é muito caro e ineficiente. Apesar dos esforços, os garimpeiros voltaram a invadir áreas protegidas e continuar suas atividades prejudiciais ao meio ambiente. Todo o trabalho anterior só serviu para criar sensacionalismo na mídia. Infelizmente, os problemas enfrentados pelos ianomâmis continuam sem solução.
O presidente decidiu aumentar o número de agentes governamentais no local, estabelecendo uma base avançada da Polícia Federal e colocando militares e agentes da Funai mais próximos dos índios. No entanto, isso cria uma contradição, pois quanto mais brancos estão próximos dos indígenas, maior é o risco deles contraírem doenças. Isso também pode acontecer em outras áreas. Um exemplo é a construção de uma pista de pouso pela Petrobras em Oiapoque, uma cidade que carece de recursos básicos. Embora traga benefícios econômicos, também pode resultar na destruição ambiental e cultural.
O governo enfrenta o desafio de equilibrar a destruição necessária para construir com a preservação da natureza. É preciso pensar em como conciliar o progresso econômico com a proteção da selva e das comunidades indígenas. Tomar essas decisões não é fácil, mas é essencial para garantir um futuro sustentável para todos.
André Gustavo Stumpf, jornalista ([email protected])