O golpe militar está sendo naturalizado, com sinais explícitos sendo anunciados pelo presidente Bolsonaro e seus aliados. Antigamente, os conspiradores negavam o golpe e agiam secretamente à noite. Mas agora, o golpe é debatido abertamente nos meios de comunicação e nas redes sociais. A questão é se será um golpe preventivo, para evitar a derrota de Bolsonaro, ou reparador, para consertar uma derrota. Pesquisas poderiam ser realizadas para determinar a melhor estratégia. No final, ninguém poderá acusar o governo de falta de transparência, pois o golpe será esperado e anunciado.
A história do Brasil está repleta de tentativas fracassadas de golpes. Desde o suicídio de Getúlio Vargas em 1954, que adiou o golpe de 1964, até a tentativa curiosa de golpe protagonizada por Jânio Quadros, que renunciou após apenas seis meses no poder. A tentação pelo golpe persiste, e agora os conspiradores não se importam mais com a luz do dia, possíveis grampos ou palpites dos pregadores do golpe.
O presidente Bolsonaro e seus comparsas têm alardeado o golpe através da imprensa, rádios, televisão e redes sociais. Existem até fóruns, mesas-redondas e enquetes discutindo a melhor data para o golpe acontecer. A incerteza é se será antes, durante ou depois das eleições. Mas independente disso, o golpe será anunciado e não haverá surpresas.
É importante ressaltar que o golpe é um fenômeno exclusivamente brasileiro, assim como a nossa famosa jabuticaba. Agora, essas duas realidades se encontram, com o golpe sendo divulgado em todos os cantos do país.